A maioria dos portugueses (73,2%) considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem respondido de forma eficaz à pandemia de Covid-19. Contudo, cerca de um quarto dos utentes (24,7%) afirma ter deixado de recorrer pelo menos uma vez ao SNS por sentir receio de se deslocar a um hospital ou centro de saúde. Em alternativa, cerca de 18% preferiram recorrer a serviços de saúde privados, segundo dados do Índice de Saúde Sustentável, estudo desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA IMS) e hoje apresentado na 9ª Conferência AbbVie|DN|TSF.
O índice que avalia a sustentabilidade do SNS registou uma descida dos 101.7 para os 83.9 pontos devido ao efeito da pandemia. Para esta queda no indicador contribuiu a diminuição na atividade (-9,8%), o aumento da despesa (7%) e a diminuição da qualidade técnica (-3,1%). Contudo, o estudo estima que sem o efeito da Covid-19 o índice de sustentabilidade registaria o valor mais elevado desde a sua criação, em 2014: 103.6 pontos.
“Em 2020 houve uma queda muito acentuada de atividade nos hospitais, com a pandemia a consumir muitos recursos e a gerar despesa adicional. Algo inevitável e que naturalmente se reflete na queda do índice de sustentabilidade. Como aspeto positivo, de realçar a redução do deficit (-15%) mesmo neste contexto difícil e o aumento da qualidade percecionada do SNS”, explica Pedro Simões Coelho, professor da NOVA IMS e coordenador principal do projeto Índice de Saúde Sustentável.
Durante a pandemia, a satisfação e confiança dos portugueses no SNS aumentou em todos os parâmetros avaliados. É no internamento que os utentes manifestam maior satisfação e confiança (87.0 e 87.3 pontos, respetivamente, numa escala de 0 a 100), mas foi no atendimento de urgência que se registou o maior aumento (+2.6 pontos na satisfação e +5.3 pontos na confiança).
Quando se analisam os determinantes da satisfação do utente, a qualidade dos profissionais de saúde continua a ser identificada como o ponto mais forte do SNS e um ponto que deve continuar a ser valorizado. Por outro lado, a facilidade de acesso aos cuidados e os tempos de espera entre a marcação e a realização de atos médicos são duas áreas prioritárias de atuação.
Iniciada em 2014, a parceria entre a biofarmacêutica AbbVie e a NOVA IMS resultou na criação do primeiro índice capaz de quantificar a sustentabilidade do SNS, através da análise de dimensões como a atividade, a despesa, a dívida e a qualidade (técnica e percecionada). O estudo “Índice de Saúde Sustentável” procura ainda compreender os contributos económicos e não económicos do SNS, conhecer o impacto dos custos de utilização do sistema no nível de utilização do mesmo e identificar pontos fortes e fracos do SNS, bem como possíveis áreas prioritárias de atuação.
Vê o estudo completo aqui.