A terminar o primeiro semestre, a Mais Superior esteve à conversa com Alexandre Rua, Presidente da Associação Desportiva do Ensino Superior de Lisboa (ADESL), para saber como está a correr o desporto no Ensino Superior, num ano marcado pela pandemia.
Estamos a chegar à reta final do primeiro semestre. Como tem corrido e que análise faz?
A nível de campeonatos universitários, foi uma decisão ponderada, com todas as precauções a serem tomadas, e a provar que tudo está a correr pelo melhor nesta fase e, como tal, só podemos estar satisfeitos com este primeiro arranque, ainda que a meio gás, uma vez que só iniciamos cinco dos dez campeonatos previstos. Preferimos fazer tudo bem feito, com todo o cuidado que é necessário.
Neste regresso condicionado, como tem sido o feedback dos envolvidos?
Felizmente, bom. Partiu muito da vontade das equipas e dos atletas este regresso. Nós tivemos de nos desdobrar e estruturar, com todas as condicionantes que estamos a passar, mas tem sido muito bom, na generalidade. Têm falado bem de todas as condições que a ADESL apresenta, toda a estrutura e a forma como decorre. Estão a sentir-se seguros ao participar no desporto universitário.
Qual é a perspetiva para os próximos meses?
Neste momento, estamos a preparar tudo em passos pequenos, de forma a respeitar e gerir as condicionantes. Sabemos que a qualquer altura podemos ter que dar um passo atrás, estamos preparados para isso. A ideia para o próximo semestre é arrancar com as outras modalidades que nos faltam, nomeadamente o andebol e o basquetebol, ainda com a incógnita no que respeita ao rugby, considerada modalidade de alto risco, dependendo mesmo da evolução da pandemia. E também preparar as fases finais, que vão decorrer em abril, atrasou-se um mês. Foi um atraso pela segurança, porque assim é necessário. Estamos também a transmitir todas as modalidades, de forma a manter os estudantes mais próximos, e conseguir aliciar novos.Temos apostado também na ESports, algo que já queríamos há algum tempo, com torneios de League Of Legends, FIFA e CS Go. A inovação tecnológica é uma necessidade que os nossos estudantes universitários procuram, e como tal, a ADESL considera a ESports um desporto.
Que impacto a pandemia pode ter no desporto universitário? Muitos atletas profissionais de várias modalidades começaram no desporto universitário.
Costuma-se dizer que, quem não morre da doença, às vezes pode morrer da cura. Achámos por bem começar os campeonatos, com as condicionantes que pode trazer. Em condições normais, já teríamos cerca 180 equipas inscritas, de momento temos cerca de 40. É um impacto a nível financeiro, apesar de não ser a nossa principal preocupação, mas não deixa se ser ter esse prejuízo. Estou envolvido no desporto federado também, e sei bem que todos nós somos afetados. O número de atletas e de equipas foi reduzido, mas com a certeza de que há vontade da parte dos estudantes e pais de retomar todas as competições. A atividade física, tanto a nível físico como intelectual e de saúde mental, é muito preponderante no crescimento de todos os indivíduos.
Qual o impacto que a pandemia pode ter em Lisboa, Capital Europeia do Desporto em de 2021?
Tínhamos uma proposta de fases finais, a nível nacional, para Lisboa… Logo aí, vimo-nos afetados por essa condicionante, uma vez que a organização manteve-se para a entidade que iria organizar, foi o nosso primeiro prejuízo. Não com isto dizer que iríamos ganhar a candidatura, mas podia ser mais provável, uma vez que Lisboa é a Capital Europeia do Desporto em 2021. Obviamente que, com estas limitações, eu acredito que a nível de atividades e eventos que poderiam ser pensados para este ano, que vai ser muito mais limitado… quer ao nível das pessoas, quer no número de eventos. O ano está a ser reestruturado, até para mais momentos digitais. É fazer os possíveis dentro daquilo que é a realidade. Não é só jogar o jogo, é jogar com a pandemia.
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