Fazes anos no dia 13 de Fevereiro, na mesma data em que se celebra o Dia Mundial da Rádio. Acreditas que era o destino que já estava traçado ou foi uma feliz coincidência?
Com a idade eu estou-me a tornar cada vez mais cética, mas há coisas que não consigo deixar de achar que acontecem com um motivo. Por exemplo, acho que conheço as pessoas por um razão, e que comecei a minha carreira em 2013 – depois de ter tido um ano quase sabático, no curso de Administração Pública no ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas) – porque era assim que as coisas deveriam acontecer. Acho que o nosso caminho está muito bem traçado e tudo tem uma razão de ser. Portanto, se calhar há qualquer coisa no universo que destinou a minha profissão, não acredito que seja uma mera coincidência.
O teu primeiro contacto com o mundo radiofónico foi na Mega Hits, a mesma estação em que ainda hoje trabalhas. Fizeste todo o caminho desde Estagiária até Animadora de Rádio, com vários colegas diferentes, e hoje contas com cerca de sete anos de casa. Como é que olhas para o teu percurso?
Por um lado, parece-me um percurso muito mais longo do que é, mas por outro sinto que entrei ontem, é muito esquisito. Quando eu penso que há Estagiários a entrar agora para a Mega Hits, eu apercebo-me que ainda está muito presente em mim os tempos em que eu própria fui Estagiária, há quase oito anos. Estou muito grata por todo este percurso, muito feliz. Acho que com trabalho tudo se consegue, ou quase tudo, porque claro que temos de ter em conta o contexto em que as coisas acontecem, e as nossas próprias oportunidades. No meu caso, o facto de eu ter tido possibilidades de frequentar a Universidade Católica, permitiu-me fazer o Estágio na Mega. Tudo tem um contexto, e eu tive essa sorte, mas no Estágio consegui provar que trabalhava bem, que era muito esforçada, e mostrei o meu valor. E acho que hoje em dia, acaba por faltar um bocadinho isso nos jovens em geral: a garra e o querer mostrar. Também sinto que a minha evolução foi muito rápida porque logo depois do meu Estágio, comecei a ter um programa à noite, e de repente o meu diretor Nélson Cunha convidou-me para fazer o programa a seguir às manhãs, e passado nem um ano já estava a fazer as manhãs. E eu, que na altura tinha 23 anos, estava muito feliz, mas muito assustada. Então, olho para este percurso como um crescimento e uma grande evolução, tanto ao nível profissional como pessoal. É muito bonito olhar para trás em retrospetiva e perceber que valeu a pena estar na Mega Hits desde o primeiro dia.
Fizeste vários horários, mas afirmaste publicamente que preferes as manhãs, a qualquer outro. Há alguma razão especial?
É bom fazer as manhãs porque é um horário muito importante na rádio, apesar de que na Mega Hits a tarde também é mesmo muito importante. Mas claro que quando pensamos em rádio pensamos em manhãs e em grandes figuras, e é natural que eu também curta dessa vertente, mas não é o que fascina mais neste horário. É mesmo a possibilidade de nas manhãs, nós termos a missão de acordar as pessoas mal dispostas, de dar energia a todos os que nos estão a ouvir para terem um dia bom, porque no fundo, às vezes uns breves minutos no carro podem fazer realmente a diferença. Neste caso, eu, a Mafalda e o Conguito, temos aqui uma oportunidade de fazer a diferença. E aliás, eu enquanto ouvinte de rádio, sempre adorei o horário das manhãs porque me fazia rir e imaginar aquela arte mental que, hoje em dia, eu crio na cabeça dos meus ouvintes. Fascina-me muito. Ainda assim, se me surgisse a oportunidade de fazer um programa na Mega com muito menos audiências, mas com um conceito desafiante, eu se calhar nem pensava duas vezes, porque também já faço este horário há 5 anos.
Foste uma das Animadoras que viveu o sucesso do Cala-te Boca, uma das rubricas do programa Snooze. Sentes que foi aí que começaste a ter um reconhecimento mais amplo?
É possível, porque as coisas em Rádio demoram muito tempo. Eu já faço Rádio desde a altura das Mega Manhãs, mas sem a parte visual, as pessoas demoram a adaptar-se e a conhecer quem está atrás do microfone. Portanto sim, é possível que o Cala-te Boca me tenha dado mais visibilidade.