A ministra da Saúde admitiu ontem que o sistema de Saúde, incluindo Serviço Nacional de Saúde (SNS), setor social e privado e estruturas de retaguarda, está próximo do limite.
“Estamos a pôr todos os meios que existem no país a funcionar, mas há um limite e estamos muito próximos do limite. E os portugueses precisam de saber disso”, afirmou Marta Temido à saída da reunião no Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Em declarações aos jornalistas, citada pela Lusa, a ministra destacou os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde, que revelam 10.385 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas e um novo recorde no número de internamentos, para sublinhar a gravidade da situação epidemiológica no País.
“É um sinal de elevada preocupação”, afirmou, reforçando que a saúde está “numa situação de extremo esforço”.
Marta Temido afirmou ainda que a capacidade de resposta à pressão acrescida sobre os hospitais devido à covid-19 é em detrimento de outras patologias e, por isso, é tão importante travar o agravamento da situação.
“Sempre que temos de internar um doente por covid-19, é outro ato de saúde que tem de ser diferido”, disse quando questionada sobre o despacho publicado esta semana que prevê a suspensão “de atividade cirúrgica programada de prioridade normal ou prioritária”.
Em concreto sobre os doentes oncológicos, Marta Temido, disse que está a ser feito um esforço para resolver a situação desses doentes transferindo-os ou para hospitais do mesmo grupo de saúde privado, no caso das parcerias público-privadas, ou para hospitais do Instituto Português de Oncologia (IPO).
“Aquilo que é desejável é que consigamos trabalhar em rede, sendo que isso é difícil, mas vamos continuar a apostar nessa linha”.
Desde o início da pandemia — março de 2020 — Portugal já registou 8.861 mortes associadas à Covid-19 e 549.801 infeções pelo vírus SARS-CoV-2.
Atualmente há 134.011 casos ativos em Portugal, sendo que o governo agendou um conselho de ministros extraordinários para reforçar as medidas de confinamento.
A ministra da saúde deixou um apelo aos portugueses:
“Por favor, fiquem em casa, cumpram e façam cumprir aos outros que estão à vossa volta, porque, senão, não vamos conseguir enfrentar isto.”