És um craque que veste craques. São vários os jogadores e celebridades que tu vestes e se tornam teus amigos. É um processo muito ao detalhe, é algo muito íntimo, feito à medida. Essa “intimidade” leva à amizade?
Eu acho que a honestidade supera tudo. Muita gente não a tem, principalmente com elas próprias. Ora, se tu não tens contigo próprio, nunca vais transmitir aos outros. E esses craques são pessoas que são constantemente absorvidas pelos outros. E é natural que se fechem. Se és aquilo que és, não te pões em bicos de pés, fazes o teu trabalho bem feito, é normal que rapidamente as coisas se formem, e que rapidamente, salvo seja, ganhes confiança e as coisas vão para lá da parte profissional. Agora, eu prefiro e digo isto, todos os meus clientes são meus amigos. É respeita-los. O meu principal foco e objetivo é que o fato fique bem, não é pensar na amizade. É aí que as coisas se perdem. As pessoas quando apanham este tipo de clientes preocupam-se mais em querer agradar, em querer ser uma coisa que na realidade não são. Se estou num dia mau, estou num dia mau, não vou dizer que estou num dia bom. A vida é feita assim e as coisas surgem naturalmente.
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Muitas das figuras públicas que são teus clientes fazem questão de manifestar o carinho que tem por ti. Como é que encaras isso? Acaba por ser um acrescento?
Sem dúvida. Não é por ser o Adrien Silva, o Ricardo Quaresma, o Pizzi, quem quer que seja. Se forem amigos do Bairro da Cruz Vermelha a darem o mesmo elogio, eu fico exatamente igual. Feliz e grato, mas sem dúvida que me deixa orgulhoso do caminho que estou a fazer.
Em 2019 recebeste o Prémio Mercúrio – O Melhor do Comércio e Serviços. Qual foi a sensação?
Não sabia que existia e nunca pensei receber qualquer tipo de prémio. Vivemos numa sociedade, não digo viciada, mas basta ver os prémios que existem no que quer que seja, são sempre para os mesmos. É o que é. Sinto-me orgulhoso enquanto alfaiate, enquanto representante da alfaiataria. Nós temos história e respeitando essa história, é algo que me orgulha. Enche-me de orgulho, por todo o percurso e de onde vim, por todas as dificuldades que passei, tudo o que eu conquistei. Este é mesmo meu, isso deixa-me completamente orgulhoso.
Além da alfaiataria, tens passagens pela televisão, a fazer alguns programas, tanto mais ligados ao desporto como à moda. Como é que surgiu esse desafio? Sentes-te à vontade à frente das câmaras?
Eu sou um comunicador nato. Eu adoro falar, estou sempre a falar. Quando não estou a falar, estou a cantar. Eu adoro comunicar. Foi um desafio que inicialmente começou na Sport TV, da qual eu sou fã, adoro desporto. Amo futebol. Pratiquei futebol imensos anos, joguei com alguns craques, mas rapidamente vi que ia ter dois pés esquerdos e então saí. Prefiro ser o alfaiate deles do que ser mais um. A Sport TV surgiu naturalmente, correu muito bem. Depois tive o convite. Já tinha tido um programa meu, meu salvo seja, sobre costura, era jurado. Correu muito bem, Cosido à Mão, fizemos duas temporadas na RTP. Depois surgiu o convite da TVI. Foi um período engraçado, foi, lá está, tudo aquilo que eu possa mostrar enquanto amigo de alguém conhecido e que possa valorizar a outra parte, para que as pessoas tenham uma ideia certa e não a errada, porque geralmente as pessoas têm uma ideia errada do que quer que seja. Então, tudo o que seja para valorizar o homem, o profissional, a família, deixa-me satisfeito. Foi agradável e vamos embora, venham mais que, se surgirem, cá estarei!