Tradição vs Academia – Praxe [O Saber ser…]
Saber vestir ou só ter vestido, um uniforme que denominamos de Traje académico são incumbes diferentes, mas acabamos por englobar na tradição da nossa Academia, como em todos os setores representativos da nossa sociedade. Existem seres que são personas “non gratos” para a comunidade, e vivendo numa era Tecnológica no que toca aos media ou as redes sociais, em que tudo de mau vai la parar e não se vê o bem que a praxe nos fez e faz.
Na praxe Académica repudiasse as práticas de humilhação e de agressão física e psicológica com caracter fascista e boçal infligidas aos caloiros no Ensino Superior, identificadas ou desculpadas como praxes académicas, QUE NÃO O SÃO!
Certo é, que abusos nunca serão tolerados e que os direitos de um aluno são só os direitos de qualquer cidadão Português e que no seio da Academia de Lisboa foram e serão sempre respeitados.
Em relação à prevenção de exageros e má conduta gostaria de deixar um repto aos meios de comunicação social que deveriam estar mais preocupados com questões que, contribuem por vezes, a não continuidade dos estudantes no Ensino Superior, e estão a preocupar-se com a problemática das Praxe, esmiuçando este assunto até exaustão querendo culpar sem apelo nem agravo, o que não contribui para a seriedade dos anuímos, e quanto a alguns exemplos que insistem em marcar a agenda mediática não lhe podem chamar praxe, não se pode rotular de praxe só para aparecer na capa dos jornais!
As palavras ‘praxe’ e ‘tradição’ não existem no dicionário de algumas pessoas e deviam ser abolidas. São frases como esta que escutamos pelos meandros da sociedade talvez por já terem sido proferidas no passado por um ministro que deixou o ensino “gago”.
Estamos a ser ‘engolidos’ pela velha máxima jornalística e a noticia que “o homem que mordeu o cão” em matéria desse assunto.
Logo acreditamos, que tendo em conta a imagem atual das IES que atravessam momentos de grande agitação sobretudo no âmbito de apoio Escolar que apesar de ser bem vindo, tarda e é mal distribuído, contudo as boas vindas neste mundo universitário e Politécnico estão muitas vezes de mãos dadas com a tradição da praxe.
Vejamos, um pai, uma mãe, o que mais quer é que o seu filho quando inicia os seus estudos académicos, no final do seu percurso vista um uniforme da qual nem sabem o seu significado, mas querem simplesmente que vista, pois bem, o TRAJE ACADÉMICO tem e terá sempre diferentes significados mas a finalidade do mesmo têm de passar pela praxe (uns passam outros não, não interessa).
Sabemos que as nossas tradições académicas, têm uma vivência muito próxima com o outro, existe muito respeito, muita união, muita entreajuda e isso é inegável a vista da sua maioria, muitas vezes somos cegos com base no que nos colocam a frente da vista para formalizar uma opinião sendo esta com conotações negativas, isto é, só quem passa pela praxe saberá dizer o que a mesma o é!
O Ser Caloiro, é só o melhor ano da nossa vida académica, somos algumas vezes colocados em situações hierárquicas ou em cadeias de comando pois é algo que iremos encontrar no nosso mercado de trabalho, tal como dentro de uma sala de aula, mas sempre com limite do respeito, e caso isso não aconteça, temos o direito de recusar a fazer certas atividades, eu fi-lo, sem problema! Porque sabendo estar em clima de praxe, por vezes damos mais valor a sentimentos (não monetários), todos os caloiros usam uma tshirt igual independentemente de ser rico ou pobre, o caloiro é apenas e só um caloiro!
É preciso viver o espirito Olissiponense para entender o mesmo, e nesta missiva a questão da praxe que há muito é falada e não é alheia as Associações de Estudantes, deste nosso Portugal, pois chegamos a conclusão que a melhor forma de entrar na Universidade é exatamente fazendo com que o mesmo participe na praxe, participação essa que tem com base no factor de INTEGRAÇÃO, isto é, novas amizades se constroem com os desafios que nos colocam a frente entre jogos de interação, momentos de convívio e atividades que são direcionadas para causas solidárias junto da comunidade ou junta de freguesia (temos um cariz mais social e responsável.)
O nosso futuro reside nestes novos alunos que ingressam no Ensino Superior, que levam da praxe, AMIZADES para a Vida!
Os caloiros presentes nas Praxe afirmam gostar do ambiente, das brincadeiras, dos doutores, dos veteranos… Até das suas próprias figuras com as pinturas aquando dos ‘desfiles pela cidade’ e é que a praxe se rege, independentemente do curso, da escola, do nº de matriculas, o RESPEITO deve ser mútuo.
O Caloiro deve respeitar o veterano da mesma forma que o veterano deve respeitar o caloiro,
Em geral, é a de que a praxe é a integração na faculdade visto a faculdade ser ( ou se calhar devesse ser) algo mais do que uma “linha de montagem” de conhecimento ou um edifício, mas antes de uma sociedade ou para-sociedade. Acho que é obvio e evidente que a aderência à praxe não é obrigatória nem pode ser coagida e que tal, salvo raras excepções, não acontece. Portanto, vamos esquecer os chavões e refletir inteligentemente sobre o assunto Tradição vs Academia – Praxe [o saber ser..]. Sim há Praxe!
Texto de Bernardo Rodrigues – Presidente da Associação Académica de Lisboa