Benfica e Sporting partem na linha da frente, e a segui-los está um FC Porto que nunca se dá por vencido. A nossa Liga está cada vez melhor em emoção e em qualidade, graças ao calibre dos jogadores que têm chegado nos últimos anos, e que vêm dar maior expressão à valia dos nossos treinadores. Como já é hábito, fazemos a análise ao momento dos três grandes emblemas do futebol nacional, e escolhemos as melhores contratações do ano. Lê e partilha connosco as tuas opiniões!
Sport Lisboa e Benfica
O campeão nacional sobreviveu à perda de um dos treinadores mais marcantes da sua história e à diminuição do investimento na equipa, acomodou a chegada de um “novato” destas andanças, e lá levantou o “caneco” outra vez. Com o tricampeonato no bolso e o “tetra” na mira, o Benfica parte para a nova temporada sem Renato Sanches e o mágico Gaitán mas com o “pistoleiro” Jonas, peça essencial na manobra ofensiva da equipa, ao qual se junta o muito prometedor Rafa.
De resto, há muitas soluções num plantel rico em todas as posições, com destaque para as alas – onde até há jogadores a mais – e para o centro do ataque. No meio-campo, Fejsa é intocável mas André Horta precisa de companhia para suportar os muitos jogos que o Benfica terá pela frente ao longo da época – entre Pizzi, Samaris, Celis e Danilo encontrar-se-á certamente a resposta.
Apesar da exigência ser sempre máxima, o clube da Luz parte para a nova época com menos pressão do que qualquer um dos seus rivais – afinal de contas, há 40 anos que o Benfica não ganhava três de seguida.
GOLO
– A grande máquina do Benfica está a andar sobre rodas, impulsionada pelos seus adeptos e por uma gestão competente
– O plantel tem muita qualidade em todas as posições, e o difícil para Rui Vitória será escolher
– A contratação de Rafa, que acrescenta ao ataque do Benfica a capacidade de fazer diagonais em alta velocidade
BOLA NA TRAVE
– Será difícil manter unidade num balneário com tanta gente a lutar por um lugar
– Falta um centrocampista capaz de queimar linhas, à imagem do que fazia Renato Sanches
– A excessiva dependência de Jonas para chegar ao golo
“MAN OF THE MATCH”
Jonas
Quando foi anunciado em setembro de 2014, nem o mais crente dos benfiquistas poderia prever a influência brutal que este jogador viria a ter no ataque encarnado. No ano passado, marcou 29 golos só no campeonato e foi fundamental para a conquista do “tri”, e esta época ameaça voltar a ser uma das grandes figuras da Liga. Inteligente na movimentação, fino no recorte técnico e letal na finalização, é um verdadeiro abre-latas que desmonta a mais cerrada das defesas.
Sporting Clube de Portugal
Se a época passada pode ser considerada positiva pelo bom futebol praticado e pela valorização dos seus jogadores, em termos desportivos não há volta a dar: 2015/2016 acabou em frustração para os adeptos do Sporting, depois de terem passado grande parte do campeonato na frente da tabela.
Por essa razão, Bruno de Carvalho fez um esforço hercúleo para reforçar o plantel e colmatar as saídas (inevitáveis) de João Mário e de Slimani. Ficou Adrien e chegaram Elias, Meli, Markovic, Campbell e Bas Dost, só para falar de alguns, e isso, quando combinado com aquele que é já o segundo ano de Jorge Jesus no comando da equipa, coloca o Sporting na linha da frente para o ataque ao título.
Contudo, essa não será uma tarefa fácil, não só porque este ano há Liga dos Campeões para jogar (e uma exigência maior que não permitirá ao treinador “abdicar” de qualquer competição) como também pela adaptação de vários novos jogadores, que terá de acontecer rapidamente.
GOLO
– Um plantel forte e equilibrado, com pelo menos dois jogadores de nível equivalente para cada posição
– Joel Campbell, Lazar Markovic e Bas Dost são jogadores de classe extra, que podem fazer a diferença
– A solidificação do processo de jogo, fruto da maior identificação da equipa com os métodos do treinador
BOLA NA TRAVE
– A entrada de vários jogadores novos nos últimos dias do mercado de transferências, ainda sem rotinas com o resto da equipa
– As laterais da defesa parecem estar uns furos abaixo do nível do restante plantel
– O “capitão” Adrien ficou no clube algo contrariado, e poderá ter uma posição enfraquecida relativamente ao grupo
“MAN OF THE MATCH”
Adrien Silva
Pode ser o “joker” para esta época do Sporting, pelos melhores ou pelos piores motivos. Por um lado, a manutenção da alma da equipa foi uma grande notícia para Jorge Jesus, que continua a poder contar com um dos melhores médios a jogar em Portugal, fundamental na manobra defensiva e ofensiva. Por outro lado, será que Adrien ficou com a cabeça em Alvalade? Ou estará ansioso pela abertura da janela de transferências em janeiro?
Futebol Clube do Porto
Depois de três temporadas de grande desilusão, o caminho do Dragão para este ano só pode ser o do regresso às vitórias. Mas essa não parece ser uma tarefa fácil, porque os dois rivais estão melhores, e porque o Porto parece não ter apanhado o mesmo comboio. O plantel continua algo desequilibrado, não houve a capacidade de outros tempos para atacar o mercado, e por isso parte da terceira posição na luta pelo título. Para além disso, a instabilidade ao nível da administração do clube também não ajuda.
No campo, André Silva é a nova referência do ataque mas parece não haver concorrência à altura, Óliver é um excelente regresso – assim como Otávio – e a contratação de Diogo Jota pode revelar-se importante, num momento em que há poucas opções para as alas. Lá atrás encontramos aquele que é provavelmente o setor mais forte do Porto: as laterais da defesa, com Alex Telles, Layún e Maxi Pereira. Contudo, na zona central parece faltar um verdadeiro “patrão”.
Com a Liga dos Campeões pelo meio – num grupo teoricamente acessível – até onde poderá chegar este Porto no campeonato?
GOLO
– A contratação de um treinador apostado em recuperar a mística do Porto
– Um meio-campo forte e com muitas soluções
– O regresso de Óliver Torres e a manutenção do grande desequilibrador da equipa, Brahimi
BOLA NA TRAVE
– Um conjunto de jogadores pouco valorizado está a levar à falência do modelo de gestão do clube
– Plantel curto para o ataque às várias competições
– Continuam a faltar extremos capazes de fazer a diferença
“MAN OF THE MATCH”
André Silva
É o novo menino bonito do clube. Prata da casa, tem o número 10 nas costas e um peso enorme sobre os ombros: ser a referência ofensiva da equipa, aos 20 anos de idade. Toda a gente vê que André Silva tem grande potencial, e poderá ser o melhor ponta-de-lança português em muito tempo, mas parece-nos exagerado o seu papel num crónico candidato ao título. Deveria ter um jogador de qualidade e de maior experiência ao seu lado para que pudesse evoluir ainda mais.
Transferências de verão: o 11 ideal europeu vs o 11 ideal nacional
Há quem diga que este verão de transferências não foi tão animado como é habitual. Nós discordamos. E defendemos a nossa ideia com um número (dos grandes): 1 bilião e 400 milhões de euros. Foi este o valor total gasto pelos clubes que disputam a liga inglesa, um recorde absoluto. Mas houve muito mais pontos de interesse nesta janela de mercado, incluindo em Portugal. Por isso este ano fazemos dois “onzes” de contratações: as 11 melhores da Europa e as 11 melhores do nosso campeonato. Como seriam os teus?
[Texto: Tiago Belim]
[Fotos: Futebol Clube do Porto; Sport Lisboa e Benfica; Sporting Clube de Portugal]