Chegaram às lojas as edições 2016 do FIFA e do PES. Este ano, qual deles será o melhor? O Rui Parreira da BGamer fez a análise aos dois jogos e chegou a uma conclusão…
PES 2016
A Konami fez alguns ajustes ao seu simulador de futebol e deu um passo em frente para a “conquista do título”.
Lançamento: 15 de setembro 2015
Disponível para: PC, PlayStation 3, Xbox 360, PlayStation 4, Xbox One
Editora: Konami
Realização: Konami
Género: Desporto
Depois de jogos menos bons na geração anterior de consolas, a versão 2015 já havia deixado bons indicadores de qualidade. Este ano, o trabalho contínuo e o tema da comemoração do vigésimo aniversário da série são motivos para fazer os fãs sorrir.
O regresso do rei?
O resultado, a nível de jogabilidade, é sem dúvida um regresso aos grandes clássicos da série. A inteligência artificial foi melhorada, e o jogo obriga-nos a uma adaptação constante, com um sistema de moral e química que torna a experiência futebolística mais envolvente e credível.
A deteção de colisão e a física geral dos elementos em campo está agora no sítio certo, e está de regresso aquele sentimento de “futebol fantástico” que os velhos clássicos da série ofereciam. E o melhor é que o jogo não oferece de bandeja as fintas e acrobacias – são os jogadores que têm de ter perícia para tal.
O problema das licenças
A falta de argumentos nas licenças continua, e mais grave que não ter licenças é misturar os nomes reais com os fictícios, originando uma grande salganhada. E é uma pena pelos inúmeros modos de jogo e competições, que acabam por ser confusos, ao participarmos numa competição onde não se consegue distinguir as equipas e os jogadores.
Para além das competições oficiais, o jogo conta com três modos habituais da série: Myclub, Liga Master e Rumo ao Estrelato.
Ainda que no geral este PES 2016 esteja bastante sólido e divertido, ainda há margem para melhorar. O sistema de comentadores está completamente datado, e o sistema de marcação de bolas paradas não funciona bem.
PES 2016 apresenta um grafismo bastante detalhado, sobretudo ao nível da moldura humana dos estádios (principalmente os licenciados). Nem todos os jogadores apresentam um bom detalhe, mas os oficiais aproximam-se bastante das suas contrapartes. A principal novidade prende-se com a introdução de um sistema de condições meteorológicas dinâmicas, e com a versão em 1080p também na Xbox One.
A nova versão de PES dá um passo de gigante na qualidade nesta geração de consolas, regressando a jogo para se debater com o seu eterno rival. Há arestas para limar, mas no geral, em comparação com o ano anterior, denota-se o cuidado da Konami em corrigir os problemas apontados. Divertido de jogar, só lhe faltam mesmo as licenças oficiais para uma total imersão!
EPIC: Diversos modos de jogo; jogabilidade fluida e divertida; melhorias gerais da inteligência artificial; sistema de física e colisão da bola e jogadores; voltou a ser divertido de jogar; efeitos meteorológicos dinâmicos;
FAIL: Comentários da partida; ausência da maior parte das licenças oficiais; planteis das equipas desatualizados; sistema de marcação de bolas paradas pouco intuitivo; menus confusos e intrusivos.
FIFA 16
O maior simulador de futebol está de regresso, mas será que tem argumentos para se distinguir do seu rival PES?
Lançamento: 22 de setembro 2015
Disponível para: PC, PlayStation 3, Xbox 360, PlayStation 4, Xbox One
Editora: EA Sports
Realização: EA Sports
Género: Desporto
Ano após ano, a Electronic Arts tenta introduzir mecânicas refrescantes, melhores visuais, e sobretudo corrigir problemas do título anterior – e se possível, não estragar nada. Este ano, com um PES 2016 cheio de qualidade, a disputa pelo melhor jogo de futebol torna-se bastante complicada de avaliar.
Na primeira conclusão a que se pode chegar, arriscaríamos a dizer que este ano há uma espécie de empate técnico entre ambos. O que são más notícias para o FIFA e ótimas para o PES, que tem vindo a correr atrás do prejuízo. FIFA 16 é melhor que o seu antecessor, mas como novidades apresenta apenas a inclusão do futebol feminino e o modo Draft para Ultimate Team.
Novidades nesta edição
Em relação ao futebol feminino, para além das partidas amigáveis, podem aceder ao campeonato do mundo feminino. Diga-se que este formato não acrescenta muito ao jogo, mesmo que o seu estilo seja um pouco diferente.
Já o modo Draft para Ultimate Team é um formato de aposta/recompensa claramente inspirado pela Arena de Hearthstone, onde terão de gastar 15 mil moedas, ou 300 FIFA Points, para construir uma equipa através de um leque de jogadores pré-definidos para cada posição, e tentar ganhar o máximo de jogos possíveis, desbloqueando os melhores prémios a cada patamar. Uma derrota e estão fora do Draft, mas se forem amealhando vitórias podem aceder a carteiras de cartas raras.
Outro aspeto revisto foi o treino dos jogadores, no modo Carreira, que permite desenvolver atributos específicos através dos habituais mini-jogos.
Ao nível da jogabilidade, há algumas melhorias. Os jogadores da defesa são bem mais agressivos, procurando cortar a bola do adversário ativamente, dificultando a subida dos avançados.
FIFA vs PES
Fazendo comparações mais diretas, no campo PES 2016 é mais divertido de jogar. Os passes, os carrinhos e as jogadas mirabolantes lembram os primeiros jogos da PS2, onde tudo pode acontecer. E o árbitro é bem mais permissivo a deixar o esférico rolar. FIFA 2016 é mais tático, focado na estratégia, calculista, e diga-se, menos divertido.
Por outro lado, FIFA 2016 tem as licenças totalmente atualizadas, ao contrário do jogo da Konami. Nos modos de jogo, o Ultimate Team de FIFA é imparável, uma fórmula que está a ser replicada em PES no Myclub, mas de forma muito simples. Ainda assim, a Master League de PES é bastante divertida e o efeito surpresa de descobrir novos talentos para compor a equipa quase descarta a necessidade de jogadores licenciados.
Ambos os jogos apresentam uma nova solução para fintas sem bola, ou simulações. Em FIFA, há um botão designado para o fazer, enquanto a abordagem de PES é mais intuitiva e orgânica, fazendo parte da própria jogada e não algo premeditado.
De um modo geral, se olharmos para a evolução de PES e FIFA em relação ao ano passado, o jogo da Konami deu um passo maior de refinamento. Desta forma, e não colocando em causa a diversão e qualidade de FIFA, o seu rival sai vencedor – por mínima que seja a diferença. Há mais motivos este ano para comprar PES 2016 do que FIFA 2016, independentemente dos gostos de cada fã de futebol.
EPIC: Algumas melhorias face à versão 2015; introdução do modo Ultimate Team Draft; o apelo ao colecionismo do Ultimate Team; todas as licenças atualizadas com rigor;
FAIL: Futebol feminino não passa de um extra; dificuldades mais elevadas estragam a diversão do jogo; dependência da química entre os jogadores para uma performance eficaz na partida.
[Análises: Rui Parreira]