Ele é a expressão criativa de Diogo Ribeiro, um estudante de composição clássica, e do produtor Fred (Orelha Negra, Banda do Mar e 5:30). Chama-se Francis Dale, vai estar em tour conjunta com a Isaura, e trocou algumas palavras com a Mais Superior.
Revela simbiose entre a partitura e o sample, e entre o clássico e o contemporâneo, que resultam numa experiência multi-sensorial algures entre a instalação e a performance que reflete sobre o ser e o tempo. O mundo de Francis Dale vai encontrar-se com a realidade da Isaura, outra das revelações da música portuguesa que mistura ritmos urbanos e aconchegantes com réplicas de nostalgia que envolvem na perfeição as letras que mostram o coração como um diário aberto.
E se a Isaura já falou à Mais Superior para a edição de julho/agosto da revista, trocámos agora algumas impressões com o Francis Dale.
Define Francis Dale, e quanto do Diogo está nele.
Francis Dale é um sujeito musical que, neste momento, transporta os pensamentos que tenho. Nele reside um pouco do Diogo. Mas não em demasia.
Esta tua aventura musical – com dois EP até à data – serve, segundo o que dizes, como procura de um caminho. O que descobriste até agora?
Descobri que tenho de continuar.
Como surge esta colaboração com a Isaura, e o que podemos esperar do vosso espectáculo conjunto?
Esta parceira surge de uma admiração mútua e apadrinhada por dois artistas que irão partilhar o palco connosco, o Fred Ferreira e o Ben Monteiro, num espectáculo de electrónica em tempo real que conjuga os nossos dois mundos musicais, ainda que distintos, e que se juntarão para esta tour.
És mais um exemplo da saúde que respira a cena musical portuguesa, com muitos e bons projectos a aparecer?
De facto, hoje em dia, beneficiamos de um ambiente saudável para a criação nacional. Podem existir várias explicações desde a democratização da selecção de conteúdos, sendo cada um de nós um curador e sem responder a playlists preexistentes fazendo com que existam cada vez mais projectos a conseguir encontrar um público, até a uma maior disponibilidade e interesse por parte das pessoas para o que é feito cá. A verdade é que me sinto muito entusiasmado por poder coexistir num ambiente tão catalisador.
Francis Dale tem sol, Isaura tem sombra; Francis Dale canta a força de ficar, Isaura o desalento de partir. Estão lado-a-lado sem se ver e sem se tocar; guardam as cores que trocaram.
Eles vão estar em tournée nos seguintes locais:
15 outubro – Lux, Lisboa
21 outubro – Cineteatro António Lamoso, Sta. Maria da Feira
22 outubro – Centro Cultural, Ílhavo
23 outubro – Salão Brazil, Coimbra
21 novembro – Teatro Cine, Gouveia
12 dezembro – Hard Club, Porto
[Fotos: Divulgação]