A mais recente análise do estudo realizado pela Rede, a agência de marketing especialista no target universitário, mostrou que, dos estudantes que participam ou já participaram em atividades de praxe, 90% afirma que as mesmas contribuíram de uma forma positiva para o seu percurso académico durante o 1º ano de faculdade.
Em contrapartida, 44% dos estudantes que entraram na faculdade em 2020 nunca participaram na praxe, um valor 4 vezes superior à média dos anos anteriores. Dentre os principais motivos para a não participação estão a suspensão das atividades de praxe e/ou a realização destas através de meios online, consequências da crise pandémica. Estas foram algumas das conclusões no âmbito do inquérito “As Melhores Faculdades de Portugal”, no qual participaram mais de 2000 universitários por todo o país.
Nesta parte, a Rede analisou o envolvimento dos estudantes com a praxe e o quão integrados os universitários se sentem na sua faculdade, conseguindo perceber o enorme impacto da pandemia nas relações interpessoais dos estudantes durante o último ano e meio. Numa análise geral, 79,1% dos respondentes afirma que se sente muito ou totalmente integrado à faculdade. Contudo, quando analisamos os números com maior detalhe, percebemos uma queda expressiva a partir de 2018.
Se cerca de 85,5% dos estudantes que começaram o curso em 2018 se sentem muito ou totalmente integrados, apenas 69% dos participantes que iniciaram o percurso universitário em 2020, em plena pandemia, têm esse mesmo sentimento. Quando questionados sobre o seu processo de integração, fica claro que a praxe é uma das atividades mais importantes no primeiro ano de faculdade: 65% dos estudantes afirmam que esta tradição teve um impacto positivo nesta fase da sua vida académica. Outros fatores importantes são as saídas à noite e a realização de churrascos e convívios na faculdade.
Por outro lado, 45% dos estudantes não tiveram dúvidas e apontaram o dedo à crise pandémica como principal fator prejudicial para a sua integração, tornando evidente o impacto desta no meio universitário. Os números refletem isso mesmo, uma vez que aproximadamente 12% dos caloiros de 2020 dizem sentir-se pouco, muito pouco ou nada integrados na faculdade, um valor 2,6 vezes superior aos 4,6% de estudantes que entraram em 2018 e se sentem da mesma maneira. Ainda sobre a praxe, o estudo conclui que o principal motivo que leva os estudantes a não participar nestas atividades ou a desistir são a falta de interesse/alinhamento com os princípios desta tradição e a falta de tempo.
No entanto, 10% dos universitários que desistiram de praxe confessam tê-lo feito devido a algum tipo de pressão psicológica, desconforto ou discordância; 5% diz mesmo ter desistido devido a situações de humilhação ou abuso psicológico.Quando perguntados sobre a sua perceção sobre a praxe, os universitários apontam palavras positivas (integração, união e amizade, por exemplo) em 53% das vezes. 32% das palavras escolhidas revelam um sentimento neutro (tradição, traje, hierarquia)e 15% revelam sentimentos negativos (álcool, submissão, humilhação).
Mesmo quando olhamos para a perceção de quem nunca participou ou desistiu de praxe, observamos que estes estudantes associam esta tradição a palavras positivas em 41% das vezes e a palavras negativas em 27% das vezes. Numa altura em que os futuros caloiros estão a poucos dias de escolher os seus cursos, importa referir que as faculdades onde os estudantes se sentem mais integrados são a ECAV-UTAD, a ESECS (IPLeiria) e a ESCS. Já os alunos do ISCAL, ISEG e da FLUL são os que afirmam sentir-se menos integrados nas faculdades onde estudam.