O Muro – Festival de Arte Urbana Lisboa regressa para a sua terceira edição. Entre 23 e 26 de maio, o Lumiar torna-se uma galeria de arte urbana a céu aberto com teatro, artes performativas, oficinas, animação de rua e conferências
Depois do Bairro Padre Cruz em 2016 e Marvila em 2017, o maior festival de arte urbana da cidade desloca-se para norte e deixará intervenções artísticas na zona compreendida entre a Estrada da Torre, o Bairro da Cruz Vermelha e a Rua José Cardoso Pires.
Organizado pela Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa, o Festival Muro prossegue, nesta edição, a sua missão de descentralização da oferta cultural e artística, atuando num território com cerca de 28 mil habitantes.
A regeneração e valorização do espaço público e a sua apropriação por parte da população residente são a base das ações programadas para o Festival onde se incluem, para além das intervenções artísticas, visitas guiadas, workshops de arte urbana, conferências, espetáculos de música, teatro, artes performativas e animação de rua.
As intervenções artísticas, distribuídas por empenas, muros e paredes num total de cerca de 7.000 m2, estão a cargo de 30 artistas de diversas nacionalidades entre os quais se contam Costah (PT), Flix (VEN), Fulviet (ITA), Glam (PT), Miguel Brum (PT), Mosaik (PT), Muzai (BR), MynameisnotSEM (PT), NSN997 (ESP/ ITA), Ozearv (PT), Pantónio (PT), Peeta (ITA), RAF (PT), Regg (PT), Samina (PT), San Spiga (ARG), Tamara Alves (PT), Third (PT), Tufer (PT), Utopia (PT) e na fotografia a Agência Calipo (PT, LUX, AUS).
A obra de Regg retrata a influência da música na nossa interpretação da realidade, bem como homenagear aqueles que já o tentaram no passado. Quanto a El TVFER One, em cada pincelada encontram-se as memórias do artista na casa da sua avó enquanto ouvia fado.
“A Balda de seu Ciro e Dona Elvira” é uma representação de dois músicos num ambiente de festa, retratado por Muzai. Glam dá corpo a arte com o mote de: “De quem eu gosto nem às paredes confesso”. Por sua vez, “Lucha e Baile” é a homenagem do artista argentino San Spiga ao Grupo Recreativo e Desportivo do Bairro da Cruz Vermelha, representando ícones da música portuguesa e da história do Grupo Desportivo.
Pantónio representa ondas musicais através dos seus traços a preto e azul e diluída por seis empenas artista Third conta a história de vida da fadista Maria Alice. Num golpe de ilusão de óptica, o artista italiano Peeta transforma o túnel numa escadaria surrealista.
À semelhança das edições anteriores, espera-se que o roteiro de street art gerado seja motivo de atração de visitantes nacionais e internacionais.
O tema do Muro 2019 é a música e a escolha prende-se com a toponímia da zona de intervenção, onde estão presentes muitos nomes de cantores, compositores e instrumentistas, existindo inclusive uma Alameda da Música.
Nomes como NBC, Orquestra de Câmara Portuguesa, Rádio Quântica, Sons da Lusofonia, Surma ou Tó Trips estarão também presentes no festival para dar uma dimensão musical às obras.
[Foto: “Trabalho em progresso”/Divulgação]