No dia 9 de abril, na Reitoria da Universidade do Porto, a III Sessão da Convenção do Ensino Superior pretende exigir ao Governo que promova uma gestão mais descentralizada das verbas europeias que financiam os projetos entre empresas e universidades.
Nesta sessão, reitores, investigadores e empresários vão discutir como o conhecimento gerado nas universidades pode conduzir a um maior impacto na economia e na sociedade. António Costa estará presente na abertura.
Aproximar os sistemas académico e científico do tecido produtivo, da administração pública e dos agentes culturais é o tema da III Sessão da Convenção do Ensino Superior 2020 – 2030. Uma iniciativa promovida desde janeiro pelo Conselho de Reitores das Universidades Portugueses – CRUP e organizada pela Universidade do Porto, Universidade do Minho e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Esta sessão tem lugar na Reitoria da Universidade do Porto no dia 9 de abril.
O intervenção do primeiro-ministro António Costa tem espaço na sessão de abertura, prevista para as 10h, entre abordagens vindas de empresários e de gestores, de responsáveis de centros de investigação e líderes de projetos de investigação e inovação, construídos com base em parcerias entre as universidades e investidores privados. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor vai intervir no painel de encerramento.
“A primeira prioridade da agenda das universidades para a próxima década será a promoção do desenvolvimento nas regiões onde estão inseridas”, afirma Fontainhas Fernandes, presidente do CRUP e reitor da UTAD. “Por essa razão, vamos exigir ao Governo que as verbas europeias para financiar a investigação e a inovação continuem nos futuros programas operacionais regionais, como no Portugal 2020”.
Segundo o Reitor da UTAD, a descentralização da gestão das verbas europeias promovida pelo Portugal 2020 foi muito positiva para “a articulação entre as universidades e as empresas”, para “as dinâmicas de transformação digital e de valorização económica do conhecimento”, bem como para “a incubação e competitividade empresarial”, verificadas nos últimos anos. “O recorde de utilização de verbas europeias pelas universidades verificado em 2018, mais de 300 milhões de várias proveniências, só foi possível devido a uma gestão descentralizada”, afirma Fontainhas Fernandes. “Não podemos regredir no próximo quadro, voltando a centralizar a sua gestão”.
Em janeiro deste ano, realizou-se a primeira sessão desta convenção no ISCTE, em Lisboa, orientada para aumentar em 50% nos próximos dez anos o número de jovens que frequentam o ensino superior. A 15 de março, a segunda sessão, desta vez, na Universidade de Aveiro foi dedicada ao binómio ensino e investigação/inovação. Por sua vez, no dia 9 de abril, na Reitoria da Universidade do Porto, vai ser debatida a preparação do próximo quadro comunitário, que deverá potenciar a interação com o tecido empresarial, a administração pública e os agentes culturais, melhorando a interação com a sociedade e o território e estimulando atividades de criação e de promoção do emprego qualificado em Portugal.
“A grande questão que a Convenção vai discutir no Porto é o que é que é preciso fazer para que o conhecimento gerado nas universidades produza mais e melhores efeitos na economia e na sociedade!”, afirma Fontainhas Fernandes. “Nos próximos dez anos as universidades devem reforçar o seu posicionamento no desenvolvimento do país, aumentando o nível de riqueza e atenuando a macrocefalia do território”.
Perante os governantes que vão participar na convenção, os reitores vão exigir que todas as tentações de centralizar sejam evitadas.
É possível realizar a inscrição para a III Convenção nacional do Ensino Superior aqui.
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