O festival Musa Cascais está mesmo aí à porta, e a Mais Superior entrevistou a Marta Dias Coelho, uma das responsáveis pela organização do evento, para tentar perceber o que podes esperar da edição de 2017 deste festival que é de reggae, e que tem na estrutura assente no voluntariado uma das suas características diferenciadoras.
Quais são os grandes destaques do Festival Musa deste ano?
Todos os anos apresentamos um cartaz de luxo e este ano não é exceção. Contamos já com grandes artistas internacionais como Gentleman, Protoje, Ponto de Equilíbrio, Horace Andy, Fantan Mojah, Kabaka Pyramid, The Skatalites e Naâman, nomes que não passam ao lado a qualquer amante de reggae (e não só!).
Para quem goste de ouvir reggae mas não esteja muito “por dentro” dos nomes e da cena, qual é a dimensão dos artistas que vão estar no Musa Cascais?
Pelo palco do Musa Cascais passam desde os maiores impulsionadores e fundadores do reggae, como também artistas da nova escola portanto é difícil não agradar a todas as gerações. Para quem não esteja muito por dentro da cena reggae é uma excelente oportunidade de passar a estar. Recebemos nomes internacionalmente reconhecidos – como o Horace Andy, Gentleman e os The Skatalites – e também artistas emergentes do momento. O Musa Cascais reune estes valores artísticos para oferecer a todos uma vivência de excelência. É para isso que trabalhamos afincadamente todos os anos em todas as edições.
Apenas para dar uma ideia do reconhecimento e visibilidade dos artistas que vamos receber este ano, aqui partilhamos uma parte do levantamento que fizemos da atenção que despertam nas redes sociais: o Horace Andy tem 150 mil ouvintes mensais e mais de 2 milhões de visualizações no Spotify e no YouTube, e os The Skatalites contam com 100 mil visualizações no YouTube e mais de 105 mil ouvintes mensais no Spotify.
Já o Gentleman, artista muito influente nesta nova geração do reggae, conta com 520 mil ouvintes mensagens no Spotify e com mais de 30 milhões de visualizações no YouTube.
Para além dos nomes no Palco Musa Cascais, há a Bass Station e o Dub Arena. O que são?
Tal como diz o nome, a Bass Station dá destaque ao graves e por isso podem contar com uma onda mais virada para o Drum n’ Bass, passando pelo trap e parando no dubstep, enquanto a Dub Arena se dedica mais aos soundsystems, ao dub e ao dancehall, e a todos os estilos inerentes.
Queremos agradar ao nosso público e por isso damos-lhes mais opção de escolha com estes dois palcos!
Como correu a organização da edição de 2016, no que aos voluntários diz respeito? Este ano está a processar-se tudo da mesma maneira?
O processo de voluntariado não é fácil. Somos uma equipa extensa, que exige muita dedicação e tempo para pôr o Musa em pé. O segredo aqui é a união e o amor que temos pelo que fazemos e estas duas linhas condutoras acabam por facilitar que seja possível concretizar este grande evento todos os anos. Este ano não será diferente e o espírito mantém-se! Defendemos o Musa com unhas e dentes e é isso que nos diferencia de qualquer outro festival. Somos uma equipa com raça.
No campismo também vai haver festa. Em que vai consistir e porque devem os festivaleiros acampar como parte da experiência no Musa?
O que acontece no camping, fica no camping. Como dizem os próprios festivaleiros, a experiência é sempre mais intensa quando se acampa e há sempre peripécias que acabam por nos marcar. Este ano os Jah Moment vão estar, novamente, encarregues de animar os nossos campistas, e o resto vão ter que esperar para ver nos dias do festival. Mas não é só no camping que vai haver festa. Tal como aconteceu no ano passado vai existir novamente boas vibrações na Beach Party Musa Cascais, que irá ser mais uma vez realizada em pleno areal da praia de Carcavelos ao som do reggae desde o final da manhã até ao final da tarde, desde 29 de junho a 1 de julho.
Quais são as principais iniciativas do Musa Cascais para que se autodenomine um festival sustentável?
O Musa Cascais assenta em 3 vertentes sustentáveis. A económica está direccionada ao preço muito acessível do bilhete do Musa e à promoção de utilização de bicicletas e carpooling. A social está ligada a todo o tema do voluntariado e à nossa iniciativa do bilhete 1+1 relativo à mobilidade reduzida. A vertente ambiental comunga toda a preocupação do evento relativa à pegada de carbono. Sabemos através dos estudos ambientais realizados nas edições anteriores que o público é aquele que faz a maior pegada. Deste modo, promovemos o uso de transportes sustentáveis e todos os anos público e voluntários do Musa fazem ações de plantação de árvores no nosso talhão que oferecido pela Câmara Municipal de Cascais e que se situa na Pedra Amarela, no Parque Natural Sintra-Cascais.
[Foto: Organização]