Lisboa será palco da “Maior Aula de Programação do Mundo”!
Almejando entrar para o Guinness World Records, a “Maior Aula de Programação do Mundo” prepara-se para reunir mais de 1600 participantes, num ambiente de networking, oportunidades, investimentos, negócios e inovação, a 12 de outubro, no Técnico Innovation Center.
Miguel Gonçalves, CEO da Magma Studio, afirmou, em entrevista, que “pretendemos reforçar a perceção da marca ‘Portugal tecnológico’ nos mercados e comunidades internacionais, como um país de jovens, profissionais e empresas altamente qualificados.”
Em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Unicorn Factory Lisboa, a “Maior Aula de Programação do Mundo” alia-se a que ambição?
A “Maior Aula de Programação do Mundo” consiste num projeto, idealizado pela Magma Studio e pelo Instituto Superior Técnico, com o apoio da Unicorn Factory Lisboa e da Câmara Municipal de Lisboa, que ambiciona juntar mais de 1600 participantes numa aula de programação e, consequentemente, entrar para o Guinness World Records e para a história da transformação digital do nosso país. A iniciativa conta também com o apoio da ANA Aeroportos de Portugal, Axians, Deloitte, Galp, Millenium BCP, NOS, NTT Data, Vodafone e Worten.
Com este projeto pretendemos reforçar a perceção da marca “Portugal tecnológico” nos mercados e comunidades internacionais como um país de jovens, profissionais e empresas altamente qualificados no desenvolvimento de tecnologia, mas também, sensibilizar os jovens e a população em geral, para a crescente importância da tecnologia nas escolhas de carreira, destacando o grande impacto positivo das vantagens das competências digitais.
Segundo um estudo recente, Portugal continua a ser o quarto país do mundo com maior escassez de talento. Com o objetivo de entrar no Guiness World Records, de que forma o evento — dirigido, essencialmente, a estudantes universitários — prepara os líderes de amanhã para o setor tecnológico?
Esta escassez de talento deve-se essencialmente ao problema sistémico da retenção de talento qualificado em Portugal e ao “êxodo cognitivo” a que temos vindo a assistir nos últimos anos. Estamos perante um cenário preocupante. De acordo com o Banco de Portugal, entre 2008 e 2023, o investimento direto estrangeiro em Portugal mais do que duplicou, sendo que o nível do talento português e o seu bom nível de inglês são os principais fatores identificados para este aumento. Assim, por um lado, temos conseguido atrair investimento, grandes empresas, start-ups e investidores estrangeiros, o que aumenta o volume das oportunidades existentes, por outro, Portugal exporta mais talento qualificado do que importa. Combinados, estes fatores determinam que Portugal, apesar de ter uma qualidade de vida ímpar, com ótimas condições climatéricas, bons níveis de segurança, uma posição geoestratégica privilegiada e formação superior de elevada qualidade, não consiga verdadeiramente alavancar-se como poderia, porque não tem, simplesmente, gente suficiente.
Neste evento vamos permitir aos +1600 alunos terem uma aula de programação com especialistas, mas também, vamo-nos esforçar para criar diálogos entre os alunos e os +300 profissionais com quem irão conversar sobre as oportunidades de carreira e os desafios tecnológicos nas empresas onde trabalham.
Destacando as vantagens das competências digitais “na construção de carreiras sólidas e bem-sucedidas”, que matérias serão oferecidas?
A aula será lecionada por Rodrigo Girão (Python Developer e Alumni do Técnico) e pelos Professores Inês Lince e Arlindo Oliveira, do Instituto Superior Técnico. A aula vai percorrer 3 grandes capítulos: Algoritmia e Programação por objetos; Desenvolvimento em Python e Inteligência Artificial. Paralelamente, haverá workshops sobre a importância das competências digitais na economia e quais as competências digitais mais valorizadas nas empresas.
Que oportunidades se capitalizarão?
Para finalizar a iniciativa haverá um almoço e uma festa no Jardim do Arco do Cego, onde está localizado o Técnico Innovation Center, na qual os participantes terão a oportunidade de conhecer e conversar com responsáveis de tecnologia das empresas patrocinadoras da iniciativa e também profissionais de entidades relevantes no setor tecnológico, que estarão disponíveis para partilhar a sua experiência e conhecimento. Os momentos de networking vão possibilitar uma troca de informação muito importante entre os jovens e as empresas, permitindo-lhes esclarecerem as suas dúvidas, perceberem as tendências do mercado laboral e concorrerem diretamente a oportunidades de emprego existentes nas empresas.
Além de pretendermos entrar para o Guinness World Records como a “Maior Aula de Programação do Mundo”, queremos alertar os jovens para a fundamental importância da tecnologia no mundo profissional, e destacar que as competências digitais não são apenas necessárias para quem trabalha no setor tecnológico, mas essenciais para qualquer pessoa, em qualquer setor. Além disso esperamos que a notoriedade associada ao evento continue a inscrever a marca “Portugal tecnológico” nos mercados internacionais, reforçando os esforços de captação de investimento estrangeiro que tem vindo a ser feitos no país.
Sendo o upgrade de carreiras um conceito extremamente reivindicado, a aprendizagem ao longo da vida é crucial para atender às necessidades de especialização?
A aprendizagem ao longo da vida é cada vez mais importante, não apenas por questões associadas à especialização. Num mundo onde o volume de conhecimento aumenta desproporcionalmente, aumenta também o ritmo da caducidade do conhecimento, o que obriga as pessoas a terem de investir mais tempo e recursos a aprender para se conseguirem manter adaptadas e informadas. A competição no mundo corporativo intensificou-se bastante nos últimos 5 anos. Impulsionado pelas alterações que a pandemia introduziu nas empresas, e pelo impacto que a inteligência artificial começa a ter (set de competências valorizadas nas empresas, investimento associado ao desenvolvimento e adoção de novas tecnologias nas empresas) nos mercados, a obrigação de se continuar a estudar já não necessariamente um nice-to-have, mas sim uma inevitabilidade — empresas que se movem mais depressa precisam de pessoas mais preparadas, informadas e educadas.
Atualmente, no mundo das empresas, existe um entendimento estabelecido que determina que uma das maiores vantagens competitivas de uma empresa é o seu ritmo e capacidade de aprendizagem — empresas que aprendem mais, crescem melhor, proporcionam melhor qualidade de vida aos seus colaboradores e apresentam melhores produtos e serviços aos seus clientes – que está, invariavelmente, refletido, nos níveis de aprendizagem individuais de cada um dos seus colaboradores. Portanto, sim, parece-me obrigatório e aquilo que vejo à minha volta é que, não ingenuamente, os profissionais que desenvolvem as melhores carreiras são também os que mais investem continuamente em si e nas suas competências.
Prosperar num mercado global cada vez mais competitivo é um dos grandes desafios que a geração mais qualificada de sempre enfrenta. Que tendências se avizinham?
Uma ótima forma de analisar o potencial de crescimento de uma pessoa é a partir do seu fit de mercado, ou, se quisermos, a partir dos problemas que uma pessoa sabe resolver e da importância desses mesmos problemas. Quanto mais importantes forem os problemas que uma pessoa souber resolver e quanto melhor os souber resolver, mais a sua carreira tenderá ao crescimento e melhor será recompensada.
Assim, penso que uma abordagem muito válida para os jovens (na verdade, para qualquer profissional) é fazerem evoluir a sua carreira em territórios onde se espera que as empresas continuem a ter e venham a sentir grandes desafios nos próximos anos.
Digitalização e transformação digital, sustentabilidade e ESG, trabalho híbrido e flexível, saúde e bem-estar, inovação tecnológica, ciber segurança, DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) são apenas de alguns dos contextos onde vejo os meus clientes focados a fazerem grandes investimentos, e onde certamente terão de continuar a fazer nos próximos anos. Portanto, parece-me que o grande desafio desta geração, em geral, e de cada um dos profissionais, em particular, será desenvolverem competências e hábitos de trabalho rigorosos que tenham impacto positivo nestes domínios e ajudem as organizações nos seus esforços de transformação em curso.
As inscrições encontram-se a decorrer aqui.