Politécnico de Setúbal debate Inteligência Artificial e futuro do Ensino Superior
O Politécnico de Setúbal (IPS) inaugurou hoje o evento International Days, um fórum de discussão multidisciplinar que, na sua edição de estreia, propõe abordar o impacto da inteligência artificial (IA) no futuro da investigação, educação e Ensino Superior, reunindo mais de 50 participantes de várias nacionalidades, do Brasil à Letónia, passando pelo México, Espanha, Polónia e Albânia.
Sob o tema global “AI Horizons: Shaping the Future of Higher Education”, o evento, dirigido às comunidades académicas do IPS e de instituições de ensino internacionais parceiras, reúne até amanhã, sexta-feira, especialistas e profissionais de diferentes domínios, permitindo explorar novas perspetivas sobre a transformação digital e o seu impacto na forma como se ensina, aprende e investiga.
Na sessão de abertura, a presidente do IPS, Ângela Lemos, realçou a relevância do evento “como espaço de partilha de boas práticas e fortalecimento de laços entre instituições congéneres de várias partes do mundo”, e a importância do tema em debate numa altura em que a IA “já não é apenas uma tendência, é um ponto de viragem na vida das instituições de Ensino Superior”.
Seguiu-se a apresentação “Inteligência Artificial: O caminho rumo à transição digital”, a cargo de Bernardo Santos e Sousa, vice-presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que assinalou algumas metas europeias até 2030 neste domínio. Nomeadamente atingir os 80% de adultos com competências digitais básicas (a média atual é de 54), e chegar aos 20 milhões de profissionais especialistas em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), um número que rondará atualmente os nove milhões.
Alertando para a rapidez com que está a IA está a mudar o mundo, o responsável chamou a atenção para “a responsabilidade que cabe a cada um de nós de não perder este comboio”, apontando como bom contributo o programa UPskill, uma iniciativa nacional que visa a requalificação de profissionais nas várias áreas das TIC e do qual o IPS é parceiro desde o seu arranque, em 2020.
Sobre a forma como a IA está a revolucionar o ensino e a investigação debruçou-se a mesa-redonda que encerrou o programa desta manhã, cruzando os contributos de dois docentes do IPS, Miguel Lopez (Tecnologia) e Karla Menezes (Ciências Empresariais), e de Márcia Santos, da Universidade Lusófona. Com perspetivas algo divergentes, entre o entusiasmo e alguma reserva, sobressaiu a ideia consensual de que o Ensino Superior não tem outra opção que não a mudança, o que implica necessariamente a adoção de novos métodos de ensino, com integração de ferramentas digitais, e também de avaliação, nunca perdendo de vista que os resultados gerados por IA terão sempre de ser validados por um cérebro humano, crítico e conhecedor.
Durante a tarde, os participantes visitaram a Oficina Lu Ban Portuguesa e a iniciativa Erasmus Closet, e estiveram envolvidos no workshop “Criatividade e Inovação na Era Digital”, dinamizado pelos docentes Dulce Matos e Fernando Angelino (Ciências Empresariais).
Hoje, dia 7, o programa será preenchido com reuniões institucionais entre parceiros, em paralelo com um workshop sobre “Open Science and Open Education”, promovido no âmbito do projeto E³UDRES² Ent-r-e-novators, coordenado pelo IPS, que reunirá intervenientes de vários países da Europa, dentro e fora da Aliança Universitária E³UDRES².