Trajetória artística de Dino d’Santiago resulta em tese de Mestrado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
“O desenvolvimento e a defesa pública da Dissertação de Mestrado sobre Dino d’Santiago por parte de Catarina da Silva assinalou um momento emblemático e um marco crucial para a linha de investigação que tenho vindo a desenvolver na Universidade do Porto – desde 2011 – em torno da música popular urbana. E isso deve-se a três razões principais: porque a obra de Dino permite discutir – de forma brilhante – as mudanças nas identidades portuguesas contemporâneas; porque a performance e obra de Dino d’Santiago permitem um avanço teórico fundamental na análise sociológica das cenas musicais – locais, translocais, virtuais e afetivas; porque o Dino permite a validação e a resignificação de linguagens urbanas até então desclassificadas, criadas muitas vezes em contextos periféricos, segregados e guetizados. Trata-se de uma proposta assente na mistura, na diversidade, na participação, na colaboração. Mas é também um projeto de visibilidade, de reparação e de representação”, afirmou Paula Guerra, Professora do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Orientadora da referida Dissertação.
Com uma carreira absolutamente ímpar, o artista de Quarteira continua a impactar a sociedade portuguesa, diferenciando-se no álbum “Mundu Nôbu” (2018) pela abordagem única entre a expressão crioula e a eletrónica, seguindo-se “Kriola” (2020) e “Badiu” (2021) que, em conjunto com uma digressão nacional, projetaram-no como um dos mais relevantes símbolos culturais de Portugal.