“Winter on Fire” é um documentário que estreou em 2015, mas que está mais atual que nunca. Leva-nos à revolução de três meses que tomou a praça principal de Kiev em 2014 e a tornou no centro de uma convulsão social. Foi sobretudo depois das alterações nas esferas do poder político ucraniano, que o povo, principalmente os jovens, se indignou e, lentamente, geraram um protesto pacífico.
É neste contexto que arranca o documentário que mereceu uma nomeação ao Óscar de Melhor Documentário em 2015. Na história de como foram, na sua maioria, jovens e pessoas comuns a erguerem barreiras que suportaram, durante mais de 90 dias, toda a força bruta das autoridades ucranianas comandadas por Yanukovych.
Muito se discutiu sobre o envolvimento de agentes externos e de grupos neo-nazis, mas o registo das câmaras de populares mostram que a resistência foi feita por cidadãos que nunca se imaginariam numa situação de conflito. Por força das circunstâncias, deram por si no papel de militares improvisados na linha da frente. Estudantes universitários, militares veteranos, todos se uniram para protestar contra o acordo secreto desenhado com aliança de Vladimir Putin.
“Winter on Fire” é um documentário à prova de verdades alternativas e de censura, imperdível por si só, mas mais ainda por dar alguma luz ao contexto atual que se vive na Ucrânia, sob ataque das forças militares russas. Além de dar o devido contexto histórico, serve de guia visual e emocional a um tipo de revolução raramente vista: uma que é captada por cada um dos participantes, sem que pouco fique por contar e por documentar.