Uma nova realidade começa e surgem as perguntas, as incertezas, as dúvidas, o medo, ou seja, surgem todo um misto de emoções e de expectativas que um novo futuro naturalmente aporta… Perguntas cruciais: universidade ou trabalho, ficar ou partir?
Como dar os primeiros passos, como receber a mudança e todas as consequências que dela possam advir?
Até ao 12º ano estás inserido numa bolha, na qual tens muito espaço para gerir a tua vida tendo em conta as regras impostas que te são claras e acessíveis, ou seja, frequentar aulas e estudar. Diria que, aparentemente, uma responsabilidade demasiado segura e com poucas surpresas. Inconscientemente acreditas que o sucesso na escola depende em muito de um bom professor (“tive 3 a matemática porque o professor não é bom”). Nesta fase da tua vida ainda não tens a autoconsciência que o resultado final depende mais de ti do que dos outros. Mas quando chegar a altura de te colocares fora de “pé”, ou seja, iniciares a tua caminhada para a vida adulta, académica e/ou profissional, vais começar a sentir e a assumir o peso da responsabilidade do que escolheste e do que vais fazer e, por mais ajuda que tenhas, a última palavra será tua e não de terceiros, o que afetará a tua perceção sobre determinados temas.
A mudança será o primeiro facto com que te vais deparar. Novos colegas, nova cidade, novo país, primeiro emprego, vida académica, novas formas de estar. Todas estas variáveis vão mexer com o teu QE (coeficiente emocional). E é este tema que gostava de abordar hoje: como será a tua capacidade de adaptação quando tiveres de enfrentar a mudança que, devo dizer, será uma presença regular nesta nova fase da tua vida.
Já alguma vez ponderaste sobre isso? Como vais reagir? Como vais sentir-te quando essa mudança ocorrer? Sentes-te motivado? (nota muito importante: O journaling é uma ferramenta de autoconhecimento que consiste unicamente em escreveres, num caderno, todos os teus receios, dúvidas e reflexões profundas.
É um bom exercício pois ajudar-te-á bastante nas decisões que terás de tomar!) Continuando. Para que a mudança ocorra de forma positiva é muito importante teres em conta e investires um bocadinho do teu tempo nas áreas que passo a enumerar:
1 – A curiosidade. Quereres saber mais e mais sobre a tua nova “vida”. Procura manter-te informado pois isso vai reduzir algumas surpresas desagradáveis (exemplo, se vais para uma nova cidade/universidade: qual a sua cultura, hábitos, formas de estar, a exigência da faculdade e/ou trabalho);
2 – A flexibilidade deverá andar de mãos dadas com a mudança, pois ela vai fazer com que tenhas uma maior capacidade de adaptação para lidares com as situações que vão surgindo;
3 – Haverá momentos de incerteza, medo, anseios e precisarás de ter uma capacidade que te ajude a superar isso: a coragem;
4 – Todas as pessoas que possam vir a cruzar-se no teu caminho poderão estar a enfrentar a “mesma batalha” que tu. Mas é natural que não saibas o que se passa na sua cabeça, pois todos nós temos formas diferentes de reagir aos estímulos exteriores. Por isso deves usar a generosidade contigo e com os outros;
5 – É muito importante que no decorrer do processo tenhas bem presente, e que nunca te esqueças, de quem és (essência) e quais são os teus valores, pois isso vai ajudar-te a definir o teu propósito;
6 – Na tua caminhada vais encontrar alguns obstáculos. Possivelmente terás crises existenciais, poderás ficar desmotivado(a), ansioso(a) e perdido(a). São fases que ocorrem algumas vezes e que fazem parte da caminhada de qualquer ser humano. “Tudo bem ao não estarmos bem”. O importante é ser resiliente.
Em tom de conclusão, é muito importante que tenhas presente que o poder de decisão nada mais é que a disposição para assumir riscos sem deixar que o medo te domine! Se não fores tu a decidir alguém vai fazê-lo por ti e, por vezes, sem ter em conta as tuas prioridades e o teu propósito. Mesmo que seja difícil, não pares! Não estás sozinh@ nesta caminhada!