O ano de 2020 foi um ano completamente inesperado, é certo. No entanto, a previsão do que poderia vir a ser 2021 seria mais fácil de calcular.
Com isto, muitos setores sofreram com a pandemia iniciada no ano passado, por falta de Planos de Contingência para um obstáculo, até então desconhecido.
No mundo empresarial, os mais flexíveis prepararam-se logo após o 1º confinamento para um retomar do teletrabalho generalizado. No entanto, empresas mais tradicionais, revelaram algumas dificuldades nesta adaptação e não se prepararam devidamente para a possibilidade/eventualidade de um 2º confinamento.
Exatamente o mesmo está a acontecer na educação, onde após a decisão das Instituições de Ensino fecharem por parte da tutela, existiram casos de Instituições do Ensino Superior que, do dia para a noite, transitaram para um sistema de ensino à distância.
Enquanto isto, outras instituições similares continuam com dificuldades em adaptar-se imediatamente, adiando assim exames do 1º semestre para meados do 2º semestre, ou mesmo para o final do mesmo, resultando num segundo semestre extremamente atribulado.
Desta forma, estes estudantes terão o dobro dos momentos avaliativos, em apenas metade do tempo regular para estas avaliações, interferindo com aquele que poderia (vir a ser) ser um normal 2º semestre em formato à distância.
As incertezas continuam a definir o dia-a-dia dos portugueses, mas neste que é o segundo ano na luta contra o COVID-19, deveriam já estar projetados planos secundários para este tipo de eventualidades, em vez de se adiar por tempo indefinido momentos académicos, na esperança de que tudo melhore antes do final do ano letivo. Podemos fechar, mas não podemos parar!
Nunca como agora o tema da Transformação Digital se mostrou tão relevante, pelo que este pode tanto ser um ano incrível, quanto também desastroso para o setor académico em Portugal. É necessário que, e isto sendo um “pedido”, se reflita sobre a necessidade de colocar a IA como pilar fundamental do Ensino na Academia. A exponencial aceleração digital do tecido empresarial deve ser acompanhada de um igual crescimento digital no domínio académico.
É aí que entra um ‘Player‘, que é a A3ES, que ninguém fala e a quem ninguém aponta responsabilidades, andando num jogo do empurra, perante as estas mesmas responsabilidades, entre a tutela e as IEs e as IEs a tutela!
E nós, Estudantes, estamos a ser esquecidos e deixados para trás, face a esta pandemia perante os órgãos decisores do nosso País. É necessário também que as Instituições – e nisto falo para os respetivos Reitores – se unam e se juntem, exigindo perante a A3es a disponibilidade de modelos de Ensino Online e as suas avaliações, por forma a poderem ser feitas tanto em regime presencial como online.
Não podemos ter dentro de alguns meses (ou mesmo anos) as Instituições serem multadas, perante Unidades Curriculares terem sido lecionadas e avaliadas em regime misto ou só regime online! Se existe tanta burocracia, para a criação e manutenção de cursos, este momento urge esta facilidade para termos uma contínua aprendizagem dentro dos períodos letivos, como também temos de ‘desmonopolizar’ uma Instituição única a nível nacional nesse campo, para mais poderem ter a possibilidade de lecionar em regime online.
Uma vez que os que se adaptam perante obstáculos têm maior probabilidade de vir a sair vitoriosos, como os que investem de forma correta em épocas de crise hão-de vir a colher melhores frutos. Este é o momento ideal para investir num melhor setor de educação, com um forte apoio através das soluções flexíveis digitais e da equidade de oportunidades, para garantir desta forma a formação de jovens Portugueses que são capazes de vir a elevar ainda mais o nosso País, no nosso presente e futuro.