Como é que surgiu a música na tua vida?
Surgiu de uma maneira muito passiva, nas festas que se faziam em casa, a minha mãe e as minhas tias faziam muitas, praticamente semana sim, semana não. Foi aí um dos meus primeiros contactos com o rap. Havia um grupo que passava muito na playlist, os SSP, e foi nesse primeiro contacto com os SSP que eu comecei a ouvir e gostar de rap.
Foi aí que começaste a rimar?
De certa forma sim. Nessas festas, quando já estava a esmorecer, nós, os mais novos, fazíamos uma espécie de concurso de talentos, íamos ao meio e cada um fazia um talento. O meu era imitar as músicas dos SSP.
Começaste então a treinar o flow.
Exatamente. Foi aí que comecei a treinar o meu flow. Dizia palavra a palavra.
Nos tempos de escola, conheceste outros miúdos da linha de Sintra que se juntavam para fazer música, os Grognation. Contaram com o apadrinhamento de Sam The Kid. Como é que tudo aconteceu?
Eu sou o único que não andei na mesma escola que eles, conhecia o Harold. Ele era da turma do Factor e do Prizko. Jogámos no mesmo clube quando éramos mais novos, a nossa ligação começou no desporto. Descobri que ele gostava e que fazia rap, foi a partir daí que depois ele me introduziu ao grupo Grognation e juntei-me. Na altura ainda estavam a dar os primeiros passos enquanto coletivo. Na sequência disso, parávamos muito tempo juntos para fazer rap, íamos para a casa do Factor e começámos a praticar e a gravar as nossas primeiras mixtapes, chamemos-lhes assim. Na nossa segunda mixtape tivemos o prazer de conhecer o Sam The Kid. Foi uma das primeiras pessoas que nos deu o aval.