Sentes que pode ser uma forma de alertar os mais jovens para o que acontece?
Sim, sem dúvida, e quis passar essa mensagem para os mais novos, que consomem muita música, e que prestam atenção a tudo o que acontece na internet. É passar a mensagem do que é a realidade. A Justiça é isso mesmo, passar aquilo que via, abrir o livro.
No mesmo mês sai também a Química, com uma sonoridade mais RNB. Mostra um Vado diferente, fora daquele flow mais explosivo.
É uma sonoridade mais soft e passiva, com mais maturidade. É romântica, falo sobre uma relação entre casal. As coisas que fazemos pela relação e também o tempo que perdemos sem estar com a pessoa, que depois queremos recuperar ao máximo, é procurar e manter a química.
Na Godzilla, voltas ao Vado explosivo. Ao início dizes “ontem trabalhei na telepizza, encarei a minha vida, foi sem preguiça. Uma mulher de 50 anos entra dentro da loja e pede um autógrafo para a filha”. Fala do teu processo e progresso, do quanto demora e do que passaste?
Isto não acontece de um dia para o outro, e eu precisava de falar disso, daí essa “barra”. As pessoas às vezes acham que tu chegas a um patamar do nada, e, na vida em si, as pessoas só vão ver as conquistas, não os dias que tu sofreste, os que tiveste a trabalhar até às tantas, que não tiveste com a tua família, à chuva, etc. Eu trabalhava até às quatro da manhã para dar de comer às minhas filhas, e isso também criou uma responsabilidade para a música, levar a minha carreira a sério, um verdadeiro trabalho.