Mesmo sendo aqui ao lado, é sempre diferente. Como correu o período de adaptação?
Cheguei a Madrid e adorei! Tive 2 semanas em que estava tudo normal, estava a adorar, nunca tinha ido, sempre foi uma cidade que não me cativava… e foi uma óptima surpresa. Fui muito bem recebida na BIAL, estava a gostar muito da dinâmica… e duas semanas depois, surge a pandemia e fiquei fechada em casa. Em Espanha foi muito mais duro, nem podíamos dar o passeio higiénico. Então, foi uma passagem drástica, do 80 para o 8, mas a verdade é que a experiência é aquilo que nós fazemos dela, e não olhei para isto como o fim do mundo! Tinha-me comprometido a ir seis meses para fora, nem sequer pus em causa regressar a Portugal. Encarei bem essa situação e tentei tirar o máximo de proveito da experiência.
Trabalhaste na mesma área em países diferentes, quais são as principais diferenças?
Em Portugal somos muito formais em tudo, e em Espanha não. Acho que é muito mais fácil, todo o fluxo de contacto com outras pessoas porque é tudo muito mais informal, senti-me mais à vontade com os meus chefes, por exemplo, do que em Portugal que temos de ter sempre muitos cuidados, sentimos que não podemos falar tudo. Em Espanha não é nada assim, só pelo facto de nos tratarmos todos por tu, pelo primeiro nome, é muito diferente.
E quando surgiu a oportunidade de entrares nos quadros da empresa, sabias que havia essa possibilidade? Acreditavas que podia acontecer?
Não falei com ninguém que tivesse estagiado na BIAL, não tinha nenhum feedback se havia esse historial da parte de quem passou pelo mesmo. No decorrer do estágio, conheci espanhóis que tinham estagiado e disseram-me que a empresa costuma ficar com estagiários. Não tinha inicialmente nada definido, fui para a mesma função que fazia em Portugal, mas viram em mim outro perfil e criaram uma posição que não existia e, com o passar do tempo, perceberam que havia a necessidade de ter alguém que fizesse o que eu estava a fazer.