A Escola de Medicina da Universidade do Minho lança novo currículo para formar os médicos do futuro e será implementado já no próximo ano letivo 2020/2021 e irá formar os médicos de 2030.
Este plano inovador, o único em Portugal que permite um ano opcional aos alunos, está alinhado com a visão de ensino da medicina de instituições mundiais de topo. Este plano é conhecido pelo método de ensino inovador, a Instituição criou um currículo mais diversificado e que permitirá aos estudantes conseguirem mais autonomia na escolha do seu percurso.
“A prática da medicina está a mudar rapidamente e o ensino médico tem de acompanhar essa mudança. Esta transformação curricular resulta de uma reflexão profunda realizada nos últimos três anos sobre como vão ser os médicos em 2030 e quais serão as necessidades do sistema de saúde nessa altura. Envolvemos docentes, alunos e ex-alunos, pacientes, gestores de instituições de saúde, médicos e outros profissionais de saúde com o objetivo de criar um plano para formar médicos versáteis, multidisciplinares, dotados de elevada capacidade de raciocínio, excelentes comunicadores e com grandes capacidades humanas” afirma Nuno Sousa, Presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho.
“O Minho MD é altamente focado no estudante e permite aos alunos explorarem e desenvolverem todos os seus interesses e potencial. Os estudantes são responsáveis pela definição do seu próprio currículo, desenhando o seu percurso através de unidades opcionais (que constituem cerca de 20% do total), incluindo a possibilidade de frequentar unidades curriculares em áreas diversas, como a economia, a gestão ou a investigação biomédica, ou de participar em iniciativas de voluntariado, ou ERASMUS+”, afirma em comunicado João Araújo Cerqueira, Diretor do Curso.
Cada aluno terá maior flexibilidade e liberdade na definição do seu percurso, além disso, cada estudante terá, no curso, um ano inteiro opcional que pode ser utilizado para construir conhecimento em outras áreas, mesmo que estas escolhas não estejam relacionadas com Medicina ou Saúde diretamente, o objetivo é ganhar novas experiências e competências.
“Em vez de memorizar doenças (sinais e sintomas, meios de diagnóstico, tratamento e gestão do doente) e depois perceber se se enquadram nos sintomas do doente, o aluno aprende a pensar a partir daquilo que as pessoas transmitem numa consulta ou urgência, por exemplo. Ou seja, o raciocínio parte da queixa do doente e, a partir daí, o estudante deve chegar ao diagnóstico e ao tratamento – exatamente como os doentes que procuram auxílio nas unidades de saúde. Além de ser muito mais relevante para a prática médica futura, é também de referir que esta abordagem é muito mais próxima do modo como é realizado atualmente o exame de acesso às especialidades médicas. A característica desta escola médica é que mudamos, e mudamos porque, se ficarmos na mesma, não acompanhamos as necessidades das pessoas e a nossa missão é servir as pessoas”, conclui João Araújo Cerqueira.
Os futuros médicos de Portugal, poderão antecipar o contacto com a clínica (hospitais, centros de saúde), desde a entrada no curso, visto que os estágios iniciam no primeiro ano.