Vou a um estabelecimento comercial. Sou mal atendido e tudo me insatisfaz. Limito-me meramente a sair da loja, sem nada escolher ou dizer. Abstive-me de atuar! Apesar da caricata analogia, no caso urnas de votos acontece muitas vezes estes exemplos. Os cidadãos estão insatisfeitos com os partidos, mas saem da loja sem dizer nada. Quando se vota, há sempre a interpretação a ser feita daquele sentido de voto. Quando nos abstemos não há nada a retirar-se daquela não atuação. Não há qualquer significado ou qualquer interpretação que possa ser feita quando nem sequer se atua. Enquanto cidadãos, podemos (e devemos) dizer o que nos insatisfaz participando num dos actos mais importantes da democracia. É importante conhecer a montra dos partidos e deixar-lhes uma mensagem através da nossa intenção de voto. Na mesma linha, é imperativo os partidos interpretarem os resultados eleitorais, sob pena de se autocondenarem a não ser um partido integrante de uma democracia representativa. O voto num partido tem significado: a apreciação do programa daquele partido para as respetivas eleições e a confiança no mesmo. O voto em branco tem um significado: a insatisfação ou a não identificação do sujeito que votou com nenhum dos programas políticos. Quanto à abstenção… há uma pluralidade de significados a retirar-se e, no meio deles, o desinteresse. Mas onde estará o problema? Para mim, não é no desinteresse generalizado. Para mim é, sim, no desinteresse num sistema político de mentira intensiva e que em pouco ou nada se preocupa com a sustentabilidade do Planeta. Nas palavras de Otto von Bismarck: “Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra ou depois de uma caçada”. Mas nem todos os partidos são assim. Conhece-os bem e vota em quem – como tu – quer fazer parte da mudança.
Texto de Diogo Chiquelo – Número 3 do PAN por Viseu
A Mais Superior pediu a membros dos partidos políticos presentes na Assembleia da República para te falarem sobre a importância do voto e do combate à abstenção.