Após o lançamento, no ano passado, das Bolsas de Investigação Jornalística, estas ganham uma nova edição com um montante global de 150 mil euros a distribuir aos candidatos.
O período de candidaturas às Bolsas de Investigação Jornalística está neste momento a decorrer e termina às 18 horas do dia 30 de agosto. Na edição de 2018 foram atribuídas dez bolsas pela Fundação Calouste Gulbenkian. Este ano o processo repete-se, salvo “se houver razões ponderosas que levem o júri a exceder este número”.
“O jornalismo de qualidade é vital para uma sociedade democrática esclarecida pelo que acreditamos neste projeto e vamos dar-lhe continuidade este ano. Está na génese da Fundação a atribuição de bolsas e a contribuição social. Desde 1956, já atribuímos mais de 80 mil bolsas. No ano em que se assinalam os 150 anos do nascimento do nosso fundador, que foi um filantropo, um humanista e um diplomata, acreditamos que o apoio ao jornalismo de investigação nos beneficia a todos. Uma sociedade mais informada poderá construir um futuro melhor”, refere a Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota.
As Bolsas de Investigação Jornalística destinam-se a jornalistas com carteira profissional portuguesa válida, de órgãos de comunicação social nacionais e regionais, que apresentem trabalhos de investigação nas diferentes áreas de política, economia, questões sociais, culturais ou históricas, desde que diretamente relacionadas com Portugal e com os portugueses.
A iniciativa contou com cerca de 75 candidaturas na edição de estreia, tornando-se um sucesso.
Segundo o website da Gulbenkian, os trabalhos decorrentes das Bolsas de 2018 estão agora a ser publicados. O 1º a ser publicado, no “Diário de Notícias”, foi uma investigação feita pelo consórcio Investigate Europe, que reúne nove jornalistas (entre os quais o português Paulo Pena, a quem a Fundação Gulbenkian atribuiu uma das Bolsas) de oito países europeus (Alemanha, França, Grécia, Itália, Noruega, Polónia, Portugal e Reino Unido) que investigam, em conjunto, temas de interesse europeu. O trabalho contou com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian e das fundações Cariplo (Milão), Stiftung Hübner und Kennedy (Kassel), Fritt Ord (Oslo), Rudolf Augstein-Stiftung (Hamburgo), GLS (Alemanha) e Open Society Initiative for Europe (Barcelona). Em breve, os outros nove vencedores das Bolsas publicarão os seus artigos.
O júri responsável pela seleção dos bolseiros, nomeado anualmente pela Fundação, é constituído por António Granado (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), Cândida Pinto (RTP), Cristina Ferreira (“Público”), João Garcia (jornalista) e José Pedro Castanheira (jornalista).
Este grupo de profissionais vai analisar os projetos de investigação jornalística, selecionar as candidaturas e distribuir a verba, com base na adequação do currículo de cada candidato, a relevância jornalística do projeto, a sua oportunidade, exequibilidade e a possibilidade de divulgação num órgão de comunicação social (seja em suporte escrito, audiovisual ou digital).
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