Cerca de 40 artistas portugueses assinaram uma carta aberta, como pedido ao vencedor do Festival da Canção, para boicotar a final do evento.
“Conan Osíris, vimos por este meio pedir-te que não vás a Telavive em representação de Portugal na Eurovisão, respondendo ao apelo do povo oprimido palestiniano”, escrevem os artistas portugueses.
Para estes 40 portugueses, se Conan Osíris for representar Portugal a Israel estará a “ignorar o cerco ilegal que Israel mantém a 1,8 milhões de palestinianos em Gaza, negando-lhes os direitos mais básicos. Entre 41 quilómetros de comprimento por seis a 12 de largura, os habitantes vivem com água racionada, estão cercados por muros e soldados, são agredidos e assassinados de forma impune. A ONU considera que Gaza é ‘inabitável’”, relembram na carta, citada pela agência Lusa.
A carta pede a Osíris para não permitir que a sua arte sirva “para branquear os seus crimes contra o povo palestiniano”. E apelam para que o músico se junte “a milhares de artistas de todo o mundo que se expressaram contra a Eurovisão em Israel”, acrescentam que “estarão com ele”, para mostrar que servirá de representante para o protesto mas que o apoio estará com todos aqueles que não terão o destaque mediático do músico.
O papel que os músicos tiveram na luta contra o apartheid sul-africano, recusando-se a tocar em Sun City, foi feito de referência, nesta carta, para a atitude que Osíris poderá ter com o boicote à Eurovisão.
Neste documento estão os nomes do diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, de músicos como José Mário Branco, Chullage, Francisco Fanhais e Vítor Rua e da realizadora Raquel Freire. Escritores como Alexandra Lucas Coelho e Afonso Cruz, também se apresentam como assinantes da carta, além da coreógrafa e bailarina Olga Roriz e de artistas plásticos como Joana Villaverde. O documento conta ainda com alguns atores, como Maria do Céu Guerra, Pedro Lamares e Sara Carinhas.
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