Quem o diz é Sílvia Monteiro, investigadora da Universidade do Minho e autora de um estudo que refere o domínio das línguas e das ferramentas tecnológicas, a proatividade e a capacidade de resolução de problemas como algumas das competências mais valorizadas pelos empregadores.
Depois de analisar o percurso de cerca de mil finalistas e recém-graduados, esta investigadora concluiu que os diplomados que reúnem estas características encontraram trabalho mais rapidamente do que os restantes colegas.
De acordo com a análise de Sílvia Monteiro, os graduados empregados são mais confiantes em relação às suas competências, demonstram maior capacidade em estabelecer objetivos e estratégias para os alcançar, adaptam-se a diferentes contextos e dinâmicas profissionais e resolvem imprevistos. Têm ainda mais determinação na tomada de decisões de carreira.
E no que às dificuldades sentidas pelos diplomados diz respeito, as estratégias de procura de emprego são uma das principais preocupações. A capacidade de concorrer a uma posição, elaborar um curriculum vitae ou estar numa entrevista são skills pouco desenvolvidos e, apesar da amostra englobar apenas alunos da UMinho, Sílvia Monteiro considera que “a realidade é semelhante no resto do país”.
Para este estudo foram consideradas variáveis como a média de ingresso, o rendimento ao longo do curso, a participação em atividades extracurriculares, a definição de objetivos e as perceções sobre o domínio de competências, entre outras.
O próximo passo da investigadora será auscultar a opinião das entidades patronais, para perceber o que procuram nos candidatos. O objetivo é, nas suas palavras, que estes resultados “possam originar planos de ações capazes de contribuir para a melhoria das taxas de emprego dos graduados portugueses e para os estudos na área a nível nacional e internacional”.
O trabalho conta com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia até 2020.
[Foto: Universidade do Minho]