Desde que se juntaram em 2002, editaram 1 EP e 4 álbuns, tocaram pelo país inteiro, percorreram a cartilha de festivais assumidamente rock, e atravessaram o oceano para fazer uma digressão nos EUA, antes de se converterem na única banda portuguesa a dar uns “pontapés na bola” no videojogo FIFA, através do tema Movin’ Up.
Os X-Wife voltaram agora a reunir-se para um concerto no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para comemorar 14 anos de uma carreira que, segundo a banda, é para continuar, mas ainda sem planos concretos.
Falámos com Rui Maia, o homem dos sintetizadores e das teclas, a propósito do percurso feito, e do que ainda está para vir.
Quem eram os X-Wife quando começaram este projeto, e quem são os X-Wife neste momento?
De facto não mudámos muito. Continuamos a falar das mesmas coisas e a ter os mesmos hábitos. Como banda, crescemos imenso – são 14 anos com 4 álbuns gravados e muitos concertos em cima.
“Gostamos de estar no presente, com a influência do passado e a olhar para o futuro. Nem demos pelo passar do tempo! Enquanto fizer sentido escrever música juntos, vamos fazê-lo.”
Estão a comemorar 14 anos de existência. Quando iniciaram a banda era este o vosso objetivo? Imaginavam-se a celebrar esta data?
Os anos realmente passam a correr. Nós gostamos imenso de fazer música e de tocar ao vivo. Gostamos de estar no presente, com a influência do passado e a olhar para o futuro. Nem demos pelo passar do tempo! Enquanto fizer sentido escrever música juntos, vamos fazê-lo.
Dos quatro discos que editaram, há algum que destaquem particularmente? Para quem não conhece a banda, o que é que tem mesmo de ouvir?
Na minha opinião pessoal, o primeiro disco – Feeding The Machine – é essencial na carreira dos X-Wife, pelo que revolucionou na altura o rock em Portugal. Destaco também o Are You Ready for The Blackout que tem excelentes temas como o On The Radio ou Fireworks.
Quais são os artistas em quem os X-Wife se têm inspirado ao longo dos anos?
As nossas influências continuam quase as mesmas desde o início: New wave, punk e música de dança. Cada membro dos X-Wife tem um gosto mais específico dentro de um determinado género. Eu, por exemplo, ando a ouvir de novo os My Bloody Valentine e também o último álbum dos Cut Copy, January Tapes. São estilos muito diferentes, mas quem sabe se me influenciará para compor algo novo nos X-Wife.
E relativamente ao rock português, que opinião têm sobre o seu momento atual? Há bandas a impressionar-vos?
Há imensas novas bandas novas em Portugal. Pessoalmente, gosto do trabalho dos Cave Story, Benjamin ou Sensible Soccers, por exemplo.
Que importância teve para os X-Wife o single Movin’ Up na banda sonora de FIFA 16? Que oportunidades vos trouxe?
Estar no FIFA 16 fez a nossa música chegar a todo o mundo devido à popularidade do jogo. Para nós este reconhecimento foi importante, visto o Movin’ Up ser a primeira canção editada no espaço de 4 anos.
Esse é um dos momentos que destacariam nestes 14 anos de carreira? Que outros vos marcaram?
Sim claro. O FIFA 16 foi uma excelente oportunidade para nós. Naturalmente, na altura em que gravámos o primeiro disco, tudo era excitante – esses tempos foram muito importantes para nós. Assim como as tours nos EUA, que foram realmente uma verdadeira experiência.
Consideram que os vossos projetos paralelos influenciaram de alguma forma a maneira como os X-Wife fazem música?
A música que fazemos nos projetos paralelos acaba por influenciar o trabalho dos X-Wife. Os processos de composição das canções acabam por ser completamente diferentes. Assim como a própria sonoridade dos projetos – naturalmente há alguns elementos que acabam por influenciar e enriquecer a música dos X-Wife.
Para quando canções novas dos X-Wife, e eventualmente um novo disco?
Nós gostamos de fazer as coisas devagar. Estamos a trabalhar mas não temos planos. Iremos editar algo sem pressas, como sempre aconteceu na banda.
Os X-Wife são: João Vieira na guitarra, Fernando Sousa no baixo, e Rui Maia nos sintetizadores e teclas.
[Entrevista: Mariana Ginginha]
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