É o que diz uma sondagem da rede Universia e da comunidade de emprego Trabalhando.com, com o objetivo de perceber o que contribui para a escolha do curso.
Neste estudo internacional participaram 10 dos 23 países da rede ibero-americana Universia, e uma amostra de 6538 pessoas, 653 das quais portuguesas.
Questionadas sobre o facto de terem, ou não, como certo que curso escolher, 49% dos portugueses referiram estar certos das suas escolhas, seguido de 30% que indicaram estar mais ou menos certo do curso a escolher. Relativamente à influência, ou não, de terceiros na escolha do curso, a percentagem de jovens portugueses que afirma ter escolhido o curso pela influência de terceiros é impressionante: 90%, sendo que 72% admitem ter escolhido o curso por influência dos amigos.
Quanto aos elementos que pesaram na escolha do curso, 74% dos estudantes portugueses referem ter tido em conta sobretudo as necessidades do mercado de trabalho, e apenas 1% teve em conta a opinião da família na hora de escolher o seu curso. No lado oposto, 52% dos ibero-americanos referem que a escolha do curso teve em conta sobretudo o interesse pela área de conhecimento, e apenas 28% dos participantes globais deste estudo referem que se centraram nas necessidades atuais do mercado de trabalho.
Este estudo veio revelar realidades muito diferentes, em que por um lado temos os jovens portugueses, mais adaptados ao novo paradigma do mercado de trabalho, prevalecendo as decisões sobre o curso e a carreira a escolher mediante a possibilidade de boas saídas profissionais; por outro lado, temos a realidade ibero-americana, onde já se denota alguma preocupação, mas a vocação pessoal ainda continua a ter um forte peso na decisão final.
No que respeita à escolha da instituição de Ensino Superior, 39% dos portugueses fizeram-no tendo em conta as saídas profissionais, seguido de 30% dos inquiridos que se basearam no prestígio da universidade. Para terminar, ao serem questionados sobre as principais formas de financiamento do curso, 59% dos portugueses inquiridos identificam a família como principal fonte de financiamento, sendo que apenas 1% estaria disposto a pedir ajuda a uma entidade bancária. 22% apontam ainda a bolsa como principal fonte de financiamento, e 18% refere assumir ou estar disposto a assumir as suas próprias despesas de estudo.
Para Bernardo Sá Nogueira, Diretor-Geral do Universia e da comunidade Trabalhando em Portugal, estes dados vêm mostrar que os “estudantes, no caso de Portugal, estão muito preocupados com o seu futuro profissional, e que do lado das instituições de Ensino Superior, áreas como os Gabinetes de Saídas Profissionais são cada vez mais fatores que pesam na escolha da Instituição de Ensino que vão frequentar”.
[Foto: Universia]