Macroalga da costa de Peniche apresenta ação anti-enzimática que permite retardar o envelhecimento da pele
Uma equipa do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria revelou que na costa de Peniche foi recolhida uma macroalga que inibe o efeito das enzimas colagenase e elastase, responsáveis pela degradação da matriz da pele e, por sua vez, relacionadas com o processo de envelhecimento.
A equipa é composta pelos investigadores do MARE – Politécnico de Leiria: Alice Martins, Rui Pedrosa, Celso Alves, Joana Silva, Susete Pintéus e Rafaela Freitas.
Os objetivos desta investigação passaram por valorizar os recursos marinhos nacionais e avaliar o potencial desta macroalga na área da dermatologia. O resultado? há um elevado potencial de incorporar este elemento nas formulações dermatológicas.
Tudo começou com a recolha desta macroalgo que se encontra na costa de Peniche, de seguida passou por todo um processo de lavagem, congelação, liofilização, trituração nos laboratórios do MARE. Após o processo de extração foi possível a separação de diferentes classes de compostos que deram origem aos respetivos extratos enriquecidos.
Uma das investigadoras envolvidas no estudo, Alice Martins, explicou:
Seguiu-se a avaliação do potencial biológico desses extratos recorrendo a uma série de ensaios in vitro que permitiram avaliar o seu efeito inibidor sobre as enzimas colagenase e elastase envolvidas no processo de envelhecimento cutâneo. O extrato enriquecido em compostos fenólicos revelou-se muito promissor na inibição destas enzimas, exibindo ainda uma elevada capacidade antioxidante, fotoprotetora e anti-inflamatória em linhas celulares da pele.
De seguida, o processo passa por incorporar estes extratos num produto dermatológico: “o próximo passo envolverá a otimização de formulações para aplicação tópica, bem como a realização de uma série de ensaios in vivo em voluntários humanos, de modo a avaliar a eficácia e segurança do produto final. Ambas as etapas serão efetuadas com a colaboração de investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa”, revela a investigadora.
A patente da investigação já foi aprovada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial e encontra-se em processo de avaliação para o pedido de patente europeia.