A Mais Superior esteve à conversa com Gisela Pinto participante do Tech Dojo, um programa de estágios da Talkdesk para recém-licenciados e mestres em engenharia, que acabou por integrar a organização, assumindo funções permanentes no unicórnio de ADN português.
Este programação com a duração de seis meses, consiste na integração de jovens num estágio no qual trabalham lado a lado com engenheiros seniores no desenvolvimento de produtos da tecnológica e, em todas as edições anteriores do programa foi registada uma taxa de retenção dos elementos na equipa da tecnológica a rondar os 100%.
No passado mês de setembro iniciou-se a 4ª edição da iniciativa e, tal como em 2020, o processo será completamente remoto, o que permite que jovens de qualquer parte do país possam fazer parte do programa e ingressar na Talkdesk.
O que te fez inscrever no programa tech dojo?
GP: Quando acabei o curso de Engenharia de Computadores e Telemática na Universidade de Aveiro, eu vi-me numa situação muito complicada, uma vez que estávamos no meio de uma pandemia e eu não tinha qualquer experiência profissional, tinha apenas o conhecimento base com que saímos da universidade.
Uns meses após a entrega da dissertação, encontrei um artigo que falava sobre o programa Tech Dojo, e o facto de darem oportunidade a recém-graduados de poderem ter contacto direto com o mundo do trabalho e aprender novas tecnologias e deixou-me bastante entusiasmada. O programa tem todas as características que um recém-graduado procura quando termina o curso. Neste programa temos a possibilidade de ter uma aprendizagem contínua, seja com engenheiros mais juniores ou mais seniores, e ao mesmo tempo ter contacto direto com novas tecnologias e com o mundo do trabalho.
O processo de integração foi gradual ou intenso ao início?
GP: O processo de integração foi intenso nas primeiras duas semanas, uma vez que nos deram a conhecer a Talkdesk e os seus produtos. Também tivemos algumas aulas em que nos deram uma introdução às tecnologias que são usadas atualmente na empresa. Mas, apesar do processo ter sido mais intenso nas primeiras semanas, foi necessário para que depois tivéssemos uma ideia de como os produtos funcionam. Só assim conseguimos ajudar e contribuir no desenvolvimento e na evolução destes produtos.
Sentes que esta experiência mudou a tua perspetiva sobre o trabalho?
GP: Sim, mudou imenso. Eu tinha uma perspetiva diferente sobre o trabalho, talvez até bastante errada. Eu esperava um horário fixo, reuniões formais, pouca entreajuda por parte das pessoas, muita autonomia nas tarefas a executar e uma hierarquia em que só os engenheiros mais seniores podiam dar a sua opinião. Assim que aqui cheguei a realidade era outra, uma vez que estávamos a trabalhar remotamente havia flexibilidade no horário, as reuniões não eram tão formais quanto achava (há momentos de descontração quando necessário), existe muita entreajuda e cooperação tanto dentro da equipa como fora, existe autonomia nas tarefas mas sempre que há dúvidas podem ser discutidas entre a equipa para encontrar a melhor forma de executar as tarefas e, apesar de existir uma hierarquia, todos dão a sua opinião e sugestões porque somos uma equipa, portanto todos somos ouvidos por igual.
A perfil de pessoas recomendarias o Tech Dojo?
GP: Recomendo a 100%, é uma experiência incrível e é bom ver que Talkdesk não tem medo de apostar em recém-graduados e que se preocupa em formar as pessoas. O ambiente de trabalho é bastante bom, e apesar de estarmos full remote nunca senti que não estava a ser bem acompanhada. Portanto, aconselho os recém-graduados a terem em consideração o programa.
Como surgiu a possibilidade de passares de estagiário a permanente na empresa? Sentiste um acréscimo na responsabilidade ou na forma como encaras o teu trabalho?
GP: Houve uma evolução notória desde a minha entrada até agora, senti que cresci bastantes nestes últimos meses e pelos vistos foi notória na minha equipa também. Há sempre uma expectativa diferente de um estagiário para uma pessoa que esteja permanente na empresa, portanto há um acréscimo na responsabilidade mesmo que não seja notória para já. Encaro o meu trabalho como um novo desafio mas de forma positiva claro, só assim é que consigo sentir que estou a evoluir de forma positiva.
Consideras que o estágio foi importante para desempenhares estas novas funções com outra experiência e conhecimento?
GP: Completamente, eu cheguei com o mínimo de conhecimento, o que faz com que não tivesse vícios errados de programação e más práticas e, por parte da empresa, não havia pressão em aprender o mais rápido possível, cada um demora o seu tempo. Isto torna mais fácil modelar as pessoas de acordo com as boas práticas da empresa. A equipa onde estou inserida usa muitas tecnologias diferentes e muitos componentes diferentes, há sempre muita coisa a acontecer ao mesmo tempo. Se eu tivesse entrado na posição que me encontro hoje, talvez tivesse dificuldades em acompanhar todo o processo, isto porque existe outra exigência, e uma aprendizagem mais rápida em comparação com o programa Tech Dojo. Não acho que passar por um estágio seja algo negativo, pelo contrário, é num estágio que evoluímos mais e estamos mais atentos ao nosso desenvolvimento pessoal porque não existe tanta exigência nem pressão, por isso foi fundamental ter passado primeiro pelo estágio.
Para além de Gisela Pinto conversámos também com Cristina Marques, talent acquisition manager da Talkdesk, para aprofundar questões sobre o programa, o processo de continuidade na organização e o onboarding remoto…
No processo de seleção de estagiários, o que é dão mais valor num candidato?
CM: Procuramos pessoas interessadas em integrar uma verdadeira cultura de inovação, criatividade e engenharia caracterizada pelo desafio intelectual constante e por oportunidades de aprendizagem contínua.
O Tech Dojo é um programa de atração de recém-licenciados e mestres em Engenharia Informática com a duração de 6 meses, que tem como objetivo integrar jovens numa tecnológica de referência em Portugal enquanto permite uma experiência adaptada às suas necessidades. Ingressar o programa de Tech Dojo na Talkdesk é fazer parte da empresa que mais cresce no setor do software para contact centers a nível mundial e pode ser o primeiro passo para uma colocação permanente nesta que é uma das cinco empresas unicórnio de ADN português, e nós procuramos candidatos com vontade de o fazer.
Qual é a percentagem de estagiários que se mantêm na empresa depois do estágio de 6 meses?
CM: A percentagem de retenção dos Tech Dojos na Talkdesk após a finalização do período de estágio ronda os 100%.
Um estudante proveniente de qualquer área pode-se candidatar ou há competências base que convém ter?
CM: O programa Tech Dojo coloca os participantes lado a lado com engenheiros seniores, a desenvolver projetos reais em áreas como desenvolvimento de software, ciências de dados, desenvolvimento de operações, segurança e suporte e qualidade e testes, por isso, exige algum conhecimento prévio dos recém-graduados nestas áreas.
Considera o onboarding remoto suficiente para conseguir integrar um estagiário?
CM: É a terceira edição que realizamos neste formato e este modelo, apesar de exigir ajustes e adaptações, permite que se abra um leque de oportunidades para jovens do país inteiro.
Iniciamos o onboarding com algumas semanas de aulas intensivas online que antecedem a integração dos selecionados nas equipas, onde irão implementar o que aprenderam e contribuir para o desenvolvimento dos produtos da Talkdesk.
Para ultrapassar possíveis problemas relacionados com o hardware ou com as relações pessoais procuramos assegurar que é possível realizar todo o processo prático ligado ao IT, de forma rápida e fácil. Depois, e porque os primeiros meses numa nova empresa exigem um acompanhamento mais próximo para formação e orientação, realizamos uma comunicação mais regular com os novos membros. Procuramos sempre que todos os integrantes da Talkdesk se sintam parte da empresa, mesmo sem nunca terem ido aos escritórios ou terem estado presencialmente com as equipas.