Seria possível através da investigação científica e de um inquérito pioneiro prever, na primeira vaga da pandemia em 2020, a evolução que ocorreu no último trimestre desse ano e início do ano seguinte?
Os autores de um estudo realizado em vários países, com participação de uma investigadora da Universidade de Aveiro (UA), mostram que usando ferramentas inovadoras surgem pistas muito úteis.
As conclusões do estudo realizado em 23 países ainda não estão disponíveis para todos os países, mas já são conhecidas no caso de Portugal.
De acordo com Valentina Chkoniya, investigadora e professora da UA, “as respostas ao inquérito apontavam para um agravamento no outono”.
“O nível de medo dos portugueses participantes era relativamente baixo, sendo este o motivo que explicava um número também relativamente baixo de pessoas que interiorizaram o conhecimento sobre como evitar a infeção”, explica a investigadora. “Maioritariamente, acreditavam que não contrairiam o vírus: apenas 8% verdadeiramente acreditava que a possibilidade de serem infetados seria alta. Por outro lado, muitos não se sentiam responsáveis por incentivar outros a seguir as restrições.”
Em Portugal o estudo foi realizado entre 18 de abril e 3 de maio de 2020, com a participação de pessoas com idade compreendida entre 18 e 65 anos residentes em Portugal Continental. A análise dos resultados é baseada em 300 inquéritos completos e validados pelo sistema.
O estudo foi originalmente divulgado na conferência ICMarkTech 2020
Podes assistir ao estudo completo – “What do portuguese really feel about te COVID-19 pandemic, consumer neuroscience and advanced analitics – discovering new perspetctives”, assinado por Valentina Chkoniya, Dorota Reykowska e Rafal Ohme aqui.