Hoje dia 10 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Saúde Mental e a Mais Superior convidou a psicóloga clínica Marta Matos Macário para te deixar uma dúzia de estratégias para promoveres e manteres a saúde mental no teu dia-a-dia (mesmo naqueles dias mais difíceis).
A entrada para o ensino superior é sempre um momento de grande ansiedade. É o início de uma nova etapa, na qual é exigida uma maior autonomia e responsabilidade. É, em última análise, o início de um projeto, escolhido com base numa crença de maior sucesso e satisfação, que culminará na concretização da vida adulta.
Nesta fase, poderás ser assolado por inúmeros sentimentos e emoções. Uns mais fáceis que outros de gerir, mas quase sempre com a grande intensidade, característica da faixa etária predominante. Estes sentimentos e uma vida muitas vezes totalmente diferente da tida até então, podem traduzir-se nalguma desorganização e repercutir-se numa maior fragilidade ao nível da saúde mental.
Para teres a cabeça organizada e os pensamentos em ordem, vê de seguida as 12 estratégias que reuni para ti!
1.Atender os nossos sentimentos
É importante valorizar o que sentes, estares atento às nossas alterações de humor e perceber o que traz maior ou menor conforto. O respeito pelo nosso sentir é uma forma de nos valorizarmos e saber o que escolher e o que nos faz bem.
2. Reforçar o autoconhecimento
Conhecermo-nos e reconhecer as nossas forças e fraquezas é uma competência que nos acrescenta valor, permitindo identificar oportunidades de melhoria, bem como sentirmo-nos mais capazes, reforçando o nosso bem-estar. É também muitas vezes na relação com os outros, que conseguimos trabalhar as áreas em que somos menos competentes, permitindo ao mesmo tempo que outros consigam fazer o mesmo através de nós.
3. Ter espaços de partilha
Criar espaços ou grupos de amigos com os quais seja possível partilhar as nossas ansiedades, sem que nos sintamos vulneráveis. A identificação de semelhanças com os outros, permite-nos também alcançar o sentimento de pertença e reforça laços, úteis para momentos de maior fragilidade emocional.
4. Praticar atividades físicas
A atividade física regula e liberta elementos químicos essenciais ao nosso bem-estar, reduzindo sintomas de ansiedade e depressão. É importante que a sua escolha seja feita de acordo com o que é mais prazeroso, podendo ir de desportos que exijam mais esforço aos mais espirituais, como por exemplo o Yoga.
5. Criar rotinas
As rotinas regulam o nosso dia-a-dia, dão-nos uma sensação de segurança e simplificam a nossa vida. Saber o que se espera também baixa os níveis de ansiedade.
6. Alternar estudo com lazer
Tão importante como a concretização dos nossos objetivos através do esforço investido no estudo, é também a satisfação que podemos obter com momentos de prazer, através de atividades lúdicas e sociais, sem culpa.
7. Fazer momentos de reflexão
É essencial criar um momento no nosso dia em que possamos refletir acerca deste, fazendo uma avaliação dos aspetos positivos ou negativos. Este momento permitir-nos-á repensar estratégias e comportamentos futuros.
8. Gerir a ansiedade
A ansiedade pode ser controlada através de exercícios de respiração ou meditação. O mindfullness, por exemplo, poderá ser uma ótima estratégia para uma melhor gestão dos nossos recursos mentais.
9. Orientação por objetivos
Definir objetivos regula-nos e orienta a nossa ação. É importante que se definam objetivos tangíveis, partindo sempre do mais possível, para que a frustração não condene o nosso sucesso.
10. Escolher o melhor método de estudo
Em grupo, individualmente, através da leitura ou da escrita. Qualquer um destes métodos pode ser excelente, desde que coadune o bem-estar com o sucesso surtido. Esta escolha não é imutável e pode requerer constante adequação.
11. Manter contacto com pessoas significativas
É importante manter laços e ter alguém a quem recorrer em situações de maior dificuldade. É tão essencial para o nosso bem-estar investir em novas relações, como dar continuidade às que exigem menor esforço, quando a necessidade é de compreensão e, logo de maior conhecimento por parte do outro.
12. Procurar ajuda
Se a frequência com que nos sentimos ansiosos e/ou deprimidos, limitar o nosso dia-a-dia, as nossas relações e concentração, é fundamental que procuremos ajuda técnica. Esta poderá estar disponível no núcleo de apoio ao aluno da instituição de ensino que frequentas, nos serviços de saúde públicos ou particulares.