Chama-se GPS e mostra o caminho para chegarmos aos investigadores portugueses que trabalham no estrangeiro. Mais que isso, esta plataforma vem responder à vontade da comunidade científica em manter-se em contacto entre si e com Portugal, através de várias funcionalidades que fazem dela uma verdadeira rede social. E se colocas a hipótese de vir a ser investigador, a rede GPS também é para ti.
A “fuga de cérebros” é um fenómeno que reúne o interesse da comunidade científica portuguesa, mas sobre o qual ainda há pouco conhecimento. E foi a partir desta premissa que a ideia de uma rede de investigadores começou a ganhar forma na Fundação Francisco Manuel dos Santos, em parceria com a Ciência Viva, com a Universidade de Aveiro e com a Altice Labs, bem como as associações de investigadores portugueses no estrangeiro.
A rede GPS – Global Portuguese Scientists vem esclarecer e fundamentar as noções que temos sobre a mobilidade científica dos nossos investigadores, e também reunir o enorme potencial nessa diáspora científica, aproximando-a da sociedade portuguesa.
David Marçal é coordenador desta rede, e defende que ela é benéfica para todos: “Os investigadores que estão no estrangeiro têm interesse – de acordo com as informações que temos recolhido – em ficar com um pé em Portugal, e para o nosso país também é útil, quer seja por ajudar a eventuais projetos de retorno dos investigadores à sua pátria, ou simplesmente para manterem contacto, porque facilita colaborações e transferências de tecnologia”.
O que é e para que serve?
Esta é uma rede com várias finalidades. Serve para conhecer e para conhecermos melhor os vários percursos da diáspora científica portuguesa. Por outro lado, para fomentar contactos entre os investigadores residentes no estrangeiro e permitir-lhes encontrarem-se mais facilmente, seja para trabalho ou para uma cerveja ao final do dia.
Mas esta é uma rede que também pode servir para quem nunca fez investigação fora de Portugal, conforme nos explica David Marçal: “Estudantes a terminar a sua licenciatura ou mestrado, e que pensam enveredar pela área da investigação, podem inscrever-se na rede e começar a estabelecer contactos com vista à mobilidade científica. Se tiverem definidos, por exemplo, uma área e um país onde desejem fazer investigação, podem procurar por quem já o faz e pedir informações, dicas e conselhos”.
Esta rede é muito mais do que um mapa com pontos. Permite a interação, a publicação e a criação de grupos, e toda a gente pode fazer parte dela.
Como funciona?
A rede GPS é uma mistura de LinkedIn – uma vez que apresenta o perfil de cada investigador, com Facebook – na medida em que existem múltiplas formas de interação, como a criação de grupos e as publicações, e também com Google Maps, porque esta rede está assente num mapa mundo que te permite ver por onde andam os investigadores portugueses, com uma localização geográfica detalhada, bem como pesquisá-los recorrendo a vários filtros: Nome do investigador, nome da associação de investigadores, nome e país da instituição de trabalho, e área científica.
Inclusivamente, na própria homepage da rede, são apresentadas fotografias destes profissionais, com as quais podes interagir para saberes mais informações sobre eles. Porque esta é muito mais que uma rede de pontinhos num mapa; é uma rede de pessoas.
Como fazer parte?
Qualquer pessoa pode registar-se e fazer parte desta rede, ainda que no grande mapa surjam apenas os investigadores portugueses que no seu perfil tenham informação de pelo menos 3 meses consecutivos a trabalhar no estrangeiro. Todos os outros utilizadores continuam a poder desfrutar de praticamente todas as outras funcionalidades da rede GPS.
De acordo com o coordenador deste projeto, lançado nos primeiros dias de novembro deste ano, esta plataforma “tinha, ao fim de uma semana online, mais de 1000 utilizadores registados, o que mostra que os investigadores portugueses querem, de facto, estar em contacto e manter-se próximos em Portugal”.
[Texto: Tiago Belim]
[Fotos: Ciência Viva]