Entrevista | Zicky Té: A (pequena) grande estrela!
Foi com ténis rotos (e apertados), que se estreou nos golos, enquanto — à janela do seu quarto, — já se imaginava a brilhar. Aos 22 anos, coloca o sonho à cabeceira e torna-se o astro colossal do Futsal.
De país tropical de África para o plantel principal dos leões, (Izaquel) Zicky (Gomes) Té — pivot esquerdino — tende a dar cartas diárias, somando 68 internacionalizações e 1884 minutos de vitória, onde a excelência e o sucesso se entrelaçam em tudo o que faz.
Hoje, o futuro é dele.
Cresceste, rodeado de fascínios. Que momento é que te despertou a certeza de que caminhavas, rumo à direção certa?
Apesar da vontade incessante de explorar inúmeras possibilidades, a paixão pela modalidade desportiva foi uma constante.
Dediquei-me, intensamente, ao Futebol, sabendo da exigência que acarretava.
Os repetidos heroísmos conduziram ao erguer de troféus e de numerosos títulos. É um orgulho ou um peso respirar a pureza de ter a bola nos pés?
Diria que é uma pressão positiva [risos], que me incentiva a amadurecer e a prosseguir.
Significa que o trajeto edificado manifesta ser consistente e digno, acolhido com respeito, relevância e reconhecimento.
Agradeces (sempre) a Deus. A fé aliada ao amor maternal compõem o ritual perfeito para uma entrada à campeão?
Expresso inteira gratidão por cada êxito — resultado do apoio familiar imutável e da importância das minhas raízes. Recordo-me, com clareza, das orações, que suplicavam consagração e prosperidade.
O feeling ou a crença de que me acompanham — dentro e fora de campo — tem sido fundamental.
“Só respondo com trabalho” é o lema que carregas ao peito. Procuras, através do suor derramado, continuar a escrever histórias de glória?
Sem dúvida.
É uma abordagem que me caracteriza a 100%, refletindo a postura e o comportamento adotados, perante as adversidades.
Ao segui-la, piamente, tanto a nível pessoal como profissional, aproximo-me das realizações triunfantes, que almejo alcançar.
Não há desculpas.
Considerado o “Melhor Jogador Jovem do Mundo”, a ambição encoraja-te?
A nomeação foi o auge — uma meta há muito ansiada, que me trouxe uma felicidade gigante.
Porém, após a aquisição, estruturei, rapidamente, os objetivos consequentes, uma vez que a natureza competitiva impulsiona-me a encontrar propósitos distintos.
Embora celebre as conquistas, o foco posiciona-se no que há de vir — em evoluir mais e melhor.
Assinas, agora, pela Universidade Autónoma de Lisboa para o ano letivo 2024/25 em Gestão do Desporto. De que forma planeias conjugar os dois capítulos?
Ingressar na Faculdade é um marco significativo, que me conduzirá a sair da zona de conforto, requerendo empenho, sacrifício e entrega — a duplicar — para um equilíbrio eficiente.
Estou preparado. Vamos a isso [risos].
Que potencialidades é que se ampliam na ligação estreita entre qualidade e talento e a vertente académica?
Todas.
Ambos os contextos partilham semelhanças nas diferenças — enfrentar desafios, lidar com colegas e obter classificações elevadas.
Acredito que a experiência que possuo — gerir responsabilidades, definir finalidades e atingir resultados — proporcionará uma transição tranquila e empolgante.
Investir no Ensino Superior é salvaguardar opções?
Infelizmente, o percurso de um atleta de alta competição não é ilimitado.
Aproveitar o período de atividade para nos moldarmos e construirmos bases para um hipotético amanhã é primordial.
Não podemos ter receio de apanhar a próxima carruagem, que nos abrirá portas para um ciclo, recheado de oportunidades.
E… Aspirações?
Inspirar outras crianças, através de um legado duradouro de superação.
Quero ser uma referência, garantindo que a reputação, que consolido, nunca perderá a sua essência.
Perguntas rápidas
- Qual é o teu maior guilty pleasure?
Repetir (muitas vezes) os pratos deliciosos da minha Domingas. - Uma personalidade?
Pany Varela. - Como é ter o estádio a gritar o teu nome?
Olhar para a bancada e perceber que estão a torcer por mim é uma sensação incrível e recompensadora. - Lugar predileto?
Guiné-Bissau.