Entrevista | Bianca Barros: Um percurso “Inevitável”
Licenciada em Design de Moda e apaixonada pelo transcendente poder da Arte, Bianca Barros desvendou a fórmula do sucesso, conquistando números (fielmente) impressionantes — 972 mil streams no Spotify — e indubitáveis aplausos.
Numa ascensão meteórica, a construção de um caminho sólido promete a conquista de um futuro promissor no panorama nacional, onde o sonho ecoa (e perdura).
Com apenas cinco anos, frequentaste o Conservatório de Música de Tui, em Espanha, e a Academia de Música de Viana do Castelo, em Canto Lírico. Paralelamente ao Teatro Musical, introduziste, ainda, o Piano à partitura. Que papel representa a base clássica no teu pop?
Um suporte consistente possibilita a exploração efetiva de vertentes, géneros, estilos e sub-ramificações. A formação inicial forneceu-me a clareza necessária para delinear opções e percecionar o rumo ambicionado
O desempenho no The Voice Portugal espelhou, notoriamente, a entrega que predispões perante cenários adversos. Abriram-se portas e trilharam-se novas rotas?
Muitas.
A experiência levou-me a superar a timidez, uma vez que a exposição regular com as câmaras e a convivência com os media foram desafiantes — e determinantes para aprimorar habilidades de comunicação e performance.
Contudo, o concurso representou, também, uma estrondosa montra, que alavancou o meu ingresso no mundo do espetáculo.
A partir dali, não quis mais nada [risos].
Que exigências se desvelaram ao assumires (reconhecidamente e em nome próprio) o microfone?
Sou demasiado perfecionista.
Porém, evito pressionar-me excessivamente, porque a verdade é que é impossível agradar a gregos e troianos [risos].
O importante é gostar do que produzo. A satisfação individual é essencial para o êxito.
“Antes Da Noite Acabar”, que veicula a urgência de expressar sentimentos presentes, antes que seja tarde, continua um êxito de airplay. A roupagem dos teus temas canta contos de cariz autobiográfico ou desabrocha de um (atento) exercício observacional?
Um mix.
Reproduzo um contexto, que vislumbro no quotidiano ou que idealizo, e mergulho na primeira pessoa, ou incluo vivências íntimas.
Pondero, ininterruptamente, a análise de múltiplas fontes, oferecendo diversidade e inovação a cada palavra.
Até chegares à versão final de uma faixa, como é o processo?
Fujo, tendencialmente, a técnicas obrigatórias ou a mecanismos predefinidos, adotando duas abordagens — ou começo pela gravação do instrumental ou pela elaboração do conceito e narrativa.
O ponto de partida varia, mediante a inspiração do momento.
Gritas o meu nome nos silêncios / Procuras por mim no teu acordar / Vieste da incerteza que a certeza estava certa / E deixaste uma história por contar. Que estímulos construíram “Labirinto”?
O refrão estava guardado na gaveta, mas, ao receber a sugestão de finalizar a canção, decidi dar-lhe uma oportunidade.
Transparecendo a confusão de um amor inacabado, assegurei um teor emocional profundo, que conferisse credibilidade à mensagem.
Imersa num poço de algoritmos, scrolling e likes, a nova geração é presença assídua nas redes sociais. Consideras que o digital é um auxílio?
Sem dúvida.
É uma excelente ferramenta para criar proximidade com o público, demonstrando que não somos inalcançáveis.
A interação contínua acaba, sempre, por fortificar a ligação — sem fórmulas mágicas ou artifícios supérfluos.
Após “Pudesse Eu Mudar”, com André Sardet, “Esperava Mais De Ti” despontou da troca de destrezas e notas de telemóvel, conjuntamente com Rita Rocha e Nuno Lanhoso. Que peculiaridades dos feats transportas para o seio do teu trabalho?
A partilha de métodos criativos é crucial para explorar competências e compreender o funcionamento dos bastidores, proporcionando uma perspetiva valiosa sobre a importância de abraçar o brio profissional.
Cultivar uma mentalidade aberta permite-nos crescer e impulsiona resultados inovadores.
És, igualmente, compositora. Qual é o ingrediente secreto?
Penso que a autenticidade é a chave.
Ao transmitir a minha verdade, de forma genuína, evitando letras enigmáticas ou abstratas, o ouvinte conecta-se, consoante a interpretação individual — o que facilita a identificação.
Sinceridade, acima de tudo.
Viajando entre a forte e constante componente acústica e a balada dançante do country, “Foi de Vez” catapultou-te para os palcos do MEO Marés Vivas e d’O Sol da Caparica, revelando uma amostra (realista) do que te encontras a preparar para 2024. O que podemos ansiar?
Um EP original, com muitas novidades, que estou a estoirar de abolição para lançar.
Fica aqui a pairar o clímax [risos].