Opinião | A autoestrada da Educação
Uma sociedade constituída por cidadãos mais formados e informados será, sempre, uma sociedade mais habilitada para tomar boas decisões para o futuro — mais rápida e ágil, como uma autoestrada que nos permite chegar, de forma segura, do ponto A ao ponto B.
O Ensino Superior ganha uma relevância fundamental para o futuro do nosso país. Temos, hoje, face ao passado ainda recente, mais jovens a entrar nas nossas Universidades e a concluir programas de Licenciatura. Temos, igualmente, mais jovens a terminar Mestrados e Doutoramentos. Tudo isto são indicadores que nos dão bons sinais de termos uma geração mais preparada — não há dúvidas.
As Faculdades, no âmbito da sua missão, associada à produção e disseminação de conhecimento, estão obrigadas a ter um papel ativo na construção do saber, mas, também, do saber fazer, contribuindo para as necessidades do seio profissional, que são cada vez mais exigentes.
Tradicionalmente, esta disseminação decorre em sala de aula, que, desde a implementação do processo de Bolonha, há muito deve ser mais bidirecional, com interação permanente entre professor e estudantes. Todavia, sabemos que, na prática, isto nem sempre acontece. Mas, tem de acontecer, a bem de uma geração em que o pensamento crítico e a capacidade de reflexão, em torno de temas complexos, é, sem dúvida, um fator de êxito.
Os modelos pedagógicos de base experiencial são aqueles em que mais acredito e promovo, assentes em desafios, em projetos e, até, em simulações de cenários reais. Ter uma companhia de atores participante era algo, quando fui estudante, impensável. Pois, atualmente, não o é e acontece. Que estudante não quer ser um Consultor bem-sucedido, com uma solução que possa ser implementada na realidade de uma organização? Que estudante não quer integrar um grupo de trabalho que desenvolve um novo conceito de produto, para, mais tarde, ver nas montras de uma loja ou no website de uma marca? Isto é, verdadeiramente, aliar saber com saber fazer, preparando, adequadamente, os alunos para o mercado de trabalho, através da tradução da aprendizagem em competências efetivas, para uma carreira de sucesso.
Por outro lado, o ensino à distância traz outro tipo de aproximação ao saber, permitindo que qualquer discente, esteja onde estiver, possa entrar na Universidade, percorrer os vários caminhos numa Licenciatura ou Mestrado, e posicionar-se, bem como possibilitando ir de encontro a novos perfis — os working adults —, que podem voltar “à Escola”, sem sair de casa, e garantir a necessidade de uma aprendizagem ao longo da vida, tão discutida e necessária neste novo “normal”.
Só desta forma, com flexibilidade e inovação constantes, será possível capacitar, atrair e reter o talento, que é de quem o tem, mas deve ser colocado ao serviço de todos, onde a qualidade do que se faz impere nos diversos domínios e nos beneficie, enquanto país.
Artigo de Hélia Gonçalves Pereira, Reitora da Universidade Europeia