Inflação leva mais estudantes portugueses a recorrer a refeições sociais
O aumento dos preços já está a deixar marcas no mundo universitário, levando os estudantes a recorrerem mais às cantinas.
Segundo Hélder Semedo, do Conselho Geral da Universidade de Lisboa, o crescimento de refeições vendidas é notório, com destaque para a “Cantina Velha” (UL), que servia entre 400 a 500 refeições diárias e neste momento ronda as 1.600.
Para muitos alunos, a solução passa pelos refeitórios, onde pagam muito mais barato – 2,80 euros, no caso da Universidade de Lisboa – por uma refeição que inclui sopa, prato e fruta, do que uma refeição confecionada em casa.
“O custo de vida de um estudante em Lisboa é muito superior ao de outras cidades, mas a verdade é que também no Porto e em Coimbra a situação está difícil”, afirmou Afonso Garcia, presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL).
Numa altura em que o orçamento disponível das famílias diminui e os custos de frequência sobem em grande escala, Ana Gabriela Cabilhas, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), conta que é perceptível “um aumento das dificuldades para suportar os custos associados à frequência do ensino superior em relação ao ano passado, mas também em relação ao semestre letivo anterior.”
A situação poderá agravar-se no próximo ano letivo, caso não seja feita a alteração da atual legislação, que define que o valor das refeições nas cantinas está indexado ao IAS (Indexante dos Apoios Sociais).
“O IAS aumentou e se o Governo não avançar com medidas legislativas, as refeições podem subir para o dobro em setembro”, alertou Helder Semedo.