Emprego dos jovens portugueses é de baixa qualidade e o desemprego em Portugal afeta sobretudo os mais jovens
A Fundação José Neves em conjunto com o Observatório do Emprego Jovem e o Escritório da Organização Internacional do Trabalho para Portugal realizou um Livro Branco do qual se retirou um diagnóstico sobre o mercado de trabalho dos jovens, direcionando-se para o futuro.
A transição para o mercado de trabalho reflete uma grande vulnerabilidade, mesmo dos mais qualificados, sendo que a conclusão central do Livro Branco “Mais e melhores empregos para os jovens” traduz a baixa qualidade do emprego jovem no contexto nacional, focando-se essencialmente numa maior acentuação durante as crises económicas.
O desemprego em Portugal afeta sobretudo os mais jovens, pelo que desde 2015, “a taxa de desemprego dos jovens com menos de 25 anos tem sido mais do dobro da população em geral. Durante a pandemia, chegou a ser 3,5 vezes superior”, pode ler-se em comunicado da Fundação José Neves. Entre 2019/2020, mais de 70% dos empregos que se perderam em Portugal eram ocupados por jovens.
O Livro Branco “Mais e melhores empregos para os jovens” conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República, tendo sido objeto de uma auscultação pública, que incluiu representantes dos parceiros sociais, e que decorreu no dia 15 de julho. Tem como principal objetivo “reunir informação, contribuir para a identificação de desafios e de recomendações sobre o emprego jovem, e promover o debate público, com o envolvimento de todos, na promoção de mais e melhores empregos para os jovens”, segundo a FJN.
Este diagnóstico reflete, por sua vez, os motivos que levam à diminuição do emprego jovem. São eles: a disrupção dos sistemas de ensino e dos processos de transição da escola para o mercado de trabalho; a prevalência de contratos de trabalho não-permanentes; os baixos salários dos portugueses.
Também se dá conta da taxa de abandono escolar em Portugal, no ano de 202, foi de 8,9% que, em relação à meta da União Europeia (10‰), traduz-se num valor baixo. Este cenário de progressiva redução tem vindo a agravar as diferenças intergeracionais, bem como os próprios níveis de educação. Neste sentido, o que se tem vindo a verificar, ao longo das últimas décadas, é que a qualificação da população não é o suficiente para “assegurar estabilidade e qualidade de emprego para os jovens portugueses”.
De acordo com o relatório, uma das principais questões que se colocam é que cerca de 30% dos graduados, dos 25 aos 34 anos, a serem considerados sobrequalificados para a profissão que exercem.
Tal como o nome indica – o Livro Branco “Mais e melhores Empregos para os Jovens” – o diagnóstico, que será apresentado no início do próximo ano num evento que contará com a presença do Presidente da República, aponta uma agenda para o futuro com várias áreas de intervenção prioritárias para a criação de “mais e melhores empregos para os jovens”. Entre elas:
- Apostar nos setores de atividade intensivos em conhecimento ou tecnologia;
- Melhorar a articulação entre o sistema de ensino e o mercado de trabalho;
Consulta aqui a versão integral do Livro Branco.