Um estudo realizado pela EPIS – Empresários pela Inclusão Social, deu conta de que existe uma procura crescente de apoios no que respeita à frequência do ensino superior e mestrado, por parte de jovens e famílias com um perfil socioeconómico que não se enquadra no conceito de “bolsa social”.
Em comunicado oficial, Diogo Simões Pereira, diretor-geral da EPIS, sublinha que a educação superior significa um “esforço adicional para as famílias cadenciadas” e que esta não deve ser vista para como “um privilégio para alunos com mais recursos financeiros”, apontando ainda que “é fundamental garantir a igualdade de acesso”.
De acordo com os dados recolhidos pela entidade mencionada, os alunos que se candidatam a bolsas para o ensino superior são, em média, de famílias menos carenciadas comparativamente com os alunos que pedem apoio no ensino secundário. Apenas 51% das candidaturas a bolsas para o ensino superior, correspondem a alunos que beneficiam de ação social.
“O desafio atual do ensino superior passa, em grande medida, pela igualdade de acesso para todos os jovens, em especial os que, tendo mérito académico, pertencem a famílias com menos capacidade económica para suportar 3 a 5 anos de investimento para um ou mais filhos, muitas vezes deslocados da sua residência. Deste modo, um sistema de bolsas de estudo com ampla cobertura parece ser fundamental para ultrapassar este desafio no final da década”, explica a EPIS, em comunicado.
Um dos principais desafios da Educação em Portugal é o aumento da percentagem de adultos com formação superior, pois é este fator que constitui “o grande motor para o elevador social funcionar mais e melhor em Portugal”, refere a EPIS.
No ano de 2019, 385 mil alunos frequentaram o ensino superior (universitário e politécnico, público e privado), em Portugal. Deste total, apenas 72 mil beneficiaram de bolsas de estudo; já em 2017 e 2018, o número de bolsas atribuídas no país foi de 74 mil – o que revela um decréscimo na atribuição de bolsas.
Como forma de concretizar a sua principal missão, de promover a inclusão social na educação em Portugal, a EPIS atribuiu no ano passado, 147 bolsas sociais a jovens. O programa de Bolsas Sociais da EPIS “existe desde 2011 e já permitiu o apoio a 101 escolas e organizações, através de 572 bolsas, num investimento de 922 mil euros, possíveis através do apoio de 73 investidores sociais e 154 parcerias”, remata a entidade.