Com o aproximar das eleições legislativas de 2022, várias são as dúvidas que se levantam. Entre elas, o facto de desde pequenos ouvirmos os termos “esquerda”, “direita” e “centro”. Mas, afinal, o que significa tudo isto?
Contextualização histórica
Recuando cerca de três séculos, foi durante a Revolução Francesa de 1789 que estes conceitos surgiram. No Império de Napoleão, as expressões serviram para designar dois grupos da Assembleia Nacional que se encontravam em polos opostos: do lado direito, os que eram partidários do rei; do esquerdo, os que eram a favor da revolução.
Nos anos que se seguiram, as palavras “direita” e a “esquerda” mantiveram-se, inclusive para definir quem estava do lado da monarquia e para quem era a favor da república. Não se tratavam, por isto, de termos que referissem uma ideologia política em concreto.
Foi no virar do século XX, após sucessivos movimentos políticos, que estes conceitos começaram a adotar um juízo político.
Na atualidade
Os principais pontos de divergência entre as ideologias de esquerda e de direita giram em torno do papel do governo num país e dos direitos dos indivíduos.
A política de esquerda dita que o Estado tenha uma maior intervenção na sociedade e que, dentro desta, crie oportunidades iguais para todos. O combate contra as desigualdades entre ricos e pobres é parte da sua missão, assim como garantir que os serviços essenciais, como escolas e hospitais, sejam públicos e gratuitos. Quanto aos trabalhadores, estes defendem salários justos e condições de trabalho dignas. São a favor de mais impostos, especialmente para os ricos, pois deste modo conseguem mais receita para ajudar quem tem menos e para assegurar os serviços públicos. A nível de debate de temas contemporâneos mais polémicos, os partidos de esquerda costumam tem uma maior abertura.
A ideologia de um Estado que controla todos os setores da sociedade e que regula as empresas, cobrando mais impostos, tem origem nas ideias socialistas de Karl Marx.
A política de direita defende, essencialmente, que o poder do governo deve ser minimizado para dar lugar às liberdades civis. Consideram que todos os indivíduos devem ter a oportunidade para ter e criar mais para melhorar as suas vidas. A tradição é algo que está inscrito no código de direita, levando esta a ser contra as mudanças que coloquem em causa valores relacionados à família e religião. Acreditam que ajudar os patrões é a chave central para estes poderem ter mais condições e, desta forma, conseguirem pagar melhores salários. São a favor de menos impostos, pois assim garantem que as famílias têm mais dinheiro para investir ou consumir, ajudando no crescimento da economia.
A ideologia de direita, que concede total autonomia às empresas e aos indivíduos, defende a redução de impostos e menor intervenção do Estado, tem origem no liberalismo.
Quem fica no meio?
É exatamente o que estás a pensar: o centro. Quem tem políticas denominadas ao “centro”, são aqueles que conseguem tirar partido das duas ideologias (direita e esquerda), e delas retirar boas políticas. Geralmente, buscam um equilíbrio entre os dois lados e põem de parte medidas extremas.
Agora que já estás mais elucidad@, convidamos-te a consultares a lista de partidos existentes no nosso país e a consultares os seus programas, para que possas tomar uma decisão consciente.
Relembramos a importância do teu voto, já no dia 30 de janeiro. É um direito, é um dever.