João Alberto Sobrinho Teixeira, Engenheiro e Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no XXI Governo Constitucional de Portugal. A Mais Superior entrevistou-o para saber mais sobre o futuro do Ensino Superior em Portugal.
M.S-Iniciou em outubro um novo mandato. Que retrospectiva faz da legislatura anterior no que respeita ao ensino superior?
J.S.T-A vida ensinou-me que só vale a pena fazer retrospectivas se conseguirmos aprender alguma coisa e mais tarde conseguir fazer melhor. Nunca me senti estimulado a elaborar análises descritivas de todas as coisas boas que foram feitas, o que realmente interessa é falar daquilo que ainda e possível fazer e acima de tudo sobre o progresso que o país teve a nível do ensino superior em Portugal. Terá sido, sem dúvida, um dos sectores que mais evoluiu e que mais competitividade tem daquilo que é a realidade portuguesa a nível internacional.
Se compararmos aquilo que o país era no seguimento do 25 de abril, onde Portugal dispunha de uma rede de três universidades por três cidades universitárias e cerca de 11 mil alunos, para uma realidade hoje em dia de 400 mil alunos que frequentam o ensino superior. Esta será a melhor resposta daquilo que é a retrospectiva. Um país que fez um esforço faraónico para evoluir, passar de um país quase analfabeto para um país que tem hoje uma das melhores percentagens da OCDE.
Um dos momentos em que senti mais orgulho da profissão que exerço foi em 2011 quando foi feita uma análise ao sistema de ensino superior dos países da OCDE, numa reunião foi possível verificar que Portugal passara a ser usado como um exemplo de crescimento extraordinário em termos do ensino superior, por isso Portugal é considerado um país moderno em termos da frequência do número de alunos, do posicionamento das universidades e politécnicos nos rankings internacionais e um país extremamente atrativo para a captação de estudantes.
Uma das grandes expectativas para esta legislatura é que o número de alunos internacionais cresça mais 30% em relação ao ano anterior e isso devesse ao facto de Portugal ser um país da Europa, com uma língua de fácil aprendizagem e o mais importante será porventura o ótimo posicionamento das nossas universidades e politécnicos nos rankings internacionais.
M.S-Quais vão ser as prioridades do governo no que respeita ao Ensino Superior?
J.S.T-A grande prioridade será de facto o aumento da qualificação da população portuguesa, neste momento cerca de 50% dos jovens está a frequentar o ensino superior e o objetivo será chegar até ao final da década aos 60%.
Aumentar a qualidade da qualificação da população portuguesa, para ter uma força de trabalho mais competitiva e um ganho de qualificação será sempre um ganho de cidadania porque cada vez mais face ao que é a realidade do mundo que nos rodeia é necessário ter qualificação superior, as obrigações e direitos de uma sociedade evoluem sobe a forma de comunicação que é cada vez mais agressiva. No fundo, é fazer do Ensino Superior um elevador social, conseguir dar esperança de um futuro melhor.
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