Celebrou-se ontem o dia Mundial da Dislexia, e neste contexto a Associação Portuguesa de Dislexia alerta para a persistente falta de acompanhamento dos alunos disléxicos, nas escolas portuguesas.
Em Portugal, esta condição neurológica afeta 48% dos alunos com necessidades educativas. Neste aspeto, a formação dos professores é um fator essencial para garantir uma prevenção adequada da dislexia e para proceder a uma diferenciação em contexto de sala de aula.
Neste dia, a presidente da Associação destaca que “estes alunos devem beneficiar de medidas universais e também seletivas. Há casos de dislexia (moderada e severa) a que devem ser aplicadas não apenas medidas universais, mas também medidas seletivas, devendo incluir-se nestas os apoios especializados para serem desenvolvidas as áreas que estão na base das dificuldades na leitura e na escrita” no entanto isso ainda não se verifica nas escoas portuguesas.
Para quem não conhece esta patologia, a Dislexia é uma perturbação específica de aprendizagem, com origem neurológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento adequado das palavras, por um discurso pobre e dificuldades de descodificação, resultantes de um défice na componente fonológica da linguagem.
Ainda que esteja relacionada com a aprendizagem da leitura, a dislexia pode ter consequências noutras áreas académicas e a nível emocional e comportamental.
A dislexia afeta 600 milhões em todo o mundo e é mais comum do que se julga, afetando caras mundialmente conhecidas que se destacaram na comunidade e que evidenciam o lado positivo da patologia, nomeadamente Einstein, Picasso, Da Vinci, Agatha Christie, Van Gogh, Churchill e Spielberg.
Este dia é assim um convite à comunidade escolar e a todos nós cidadãos a fazermos uma reflexão mais aprofundada sobre como lidar com as dificuldades de aprendizagens destas crianças e como as podemos ajudar a ter um futuro mais promissor, bem como melhores condições no ensino nacional.
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