“Apostar no ensino é decisivo para criar mais-valias para a cidade de Beja, para o munícipio e para a região do Alentejo.” A frase é de Paulo Arsénio, Presidente da Câmara Municipal de Beja, e poderia ser uma boa síntese do que se ouviu durante o Dia do IPBeja, que assinalou o arranque oficial do ano letivo nesta instituição de ensino, no passado dia 7 de novembro.
O IPBeja é composto por quatro escolas e oferece um leque variado de cursos de formação ao nível da licenciatura e CTeSP, e também do nível pós-graduado, a uma população de cerca de 2500 estudantes. A equipa de docentes ronda os 250 elementos, coadjuvados por 140 funcionários não-docentes, e o principal objetivo de todos passa pela promoção de uma formação científica e cultural sólida, e pelo desenvolvimento de competências de aprendizagem ao longo da vida.
Naquele que é tido pela comunidade desta instituição como o Dia do IPBeja, o Presidente recém-empossado João Paulo Trindade falou perante um auditório repleto sobre “o reforço das ligações do IPBeja com os empregadores locais, nacionais e internacionais, com a indústria e com outras organizações”, que procura responder às exigências dos atuais empregadores por competências técnicas e profissionais sólidas.
Ao mesmo tempo, garantiu que o Instituto Politécnico de Beja tem procurado “melhorar cada vez mais as competências digitais dos seus profissionais”.
Tendo em conta o novo ciclo que agora se inicia, João Paulo Trindade apontou os vários eixos onde serão introduzidas mudanças graduais, como a relação do instituto com o Alentejo, a internacionalização e a oferta formativa, entre outros.
Novidades na oferta formativa
No que aos cursos diz respeito, João Paulo Trindade refere que o objetivo passa por “encontrar soluções para responder às necessidades da região”, e que para isso é necessário “investir na formação do corpo docente, algo que demora alguns anos até atingir o ponto ideal de maturação”, bem como aguardar pela respetiva acreditação dos cursos.
Os investimentos ao nível da oferta formativa serão feitos na área da aeronáutica – aproveitando as infraestruturas do Aeroporto de Beja -, no setor mineiro – uma área de atividade importante no Alentejo – e na agricultura de precisão, que está a atravessar uma verdadeira revolução tecnológica.
A título de exemplo, este instituto desenvolveu uma parceria com a escola de aviação G Air para a criação do curso de Pessoal Navegante de Cabine – para comissários e hospedeiros de bordo -, com a duração de cerca de 200 horas e uma parte prática a realizar nos Açores. A G Air assumirá a principal responsabilidade por esta e outras formações que relacionem o turismo e a aviação.
IPBeja: Promotor da cultura no Alentejo
O IPBeja pretende também reforçar o seu papel ativo na promoção da cultura, produzindo e difundindo nas áreas da música, do teatro, do cinema e da literatura. Através dos cursos, mas também através de um conjunto de ações de promoção, vai continuar a difundir a cultura pela comunidade da região com cada vez maior sistematização, criando uma agenda regular quer com iniciativas próprias, quer com iniciativas de outras entidades da cidade de Beja, para oferecer um programa cultural mais interessante e que chegue à comunidade IPBeja mas também aos habitantes da região.
Para além disso, este instituto encontra-se a desenvolver diligências para a criação de uma associação cultural sem fins lucrativos, que terá como objetivo divulgar o Alentejo nas suas múltiplas vertentes e funcionar como uma ferramenta de marketing para a região.
Alunos representados em peso: O provedor e os bolseiros de mérito
Um dos momentos altos do Dia do IPBeja chegou pelas palavras de Mário Lopes, provedor dos estudantes do IPBeja e finalista do curso de Solicitadoria na instituição. Este aluno estabelece uma ligação entre os jovens que chegam e os aqueles que já fazem parte da comunidade do instituto, e procura dar voz e apoio a todos eles junto dos órgãos diretivos.
Algumas das suas convicções passam por defender “os apoios sociais” como forma de “contrabalançar o aumento da propina”, e ajudar os alunos a saírem do IPBeja “com cada vez mais capacidade”, combatendo a ideia de que no interior não se passa nada. Como? Através da criação “de uma aldeia global” assente na inclusão e na literacia digital.
Pouco antes do final do evento, foram atribuídas as Bolsas de Mérito aos alunos do IPBeja que em 2016/17 lograram as melhores médias. Um desses alunos foi a Ana Palhinha, estudante de Enfermagem que terminou o 1º ano do curso com uma média de 16,17 valores.
Para o conseguir, a Ana não faltou às aulas, porque “há coisas que estão nos powerpoints e que são ditas pelos professores que não encontramos depois nos livros”. E depois? “Depois é estudar! E não vale a pena tentar estudar só um dia ou dois antes dos testes, porque assim não chegamos lá…”, afirma.
Na opinião da Ana, também é importante “saber descontrair” e ir intervalando o estudo “com coisas que relaxem e que ajudem a voltar a ganhar a concentração necessária”.
[Reportagem: Tiago Belim]
[Fotos: Mais Superior e Instituto Politécnico de Beja]