Chama-se Guilherme Henriques, é licenciado em Comunicação Audiovisual pela Universidade Lusófona do Porto, e já ganhou nome pelo mundo graças aos seus videoclipes de bandas de metal. Fomos perceber o porquê da aposta neste tipo de conteúdo, qual foi o seu maior desafio, e o que podemos esperar dele nos próximos tempos. Uma entrevista com uma verdadeira fonte de inspiração para quem está a fazer formação em multimédia.
Como e quando surgiu o interesse pela realização?
Bem, creio que o interesse pela realização vai aumentando ainda hoje, a cada dia que passa e com cada trabalho. É uma paixão que nunca pára de crescer quando por si só já existe. Contudo, foi apenas durante a universidade que ela se vincou e o gosto pela realização apareceu, de certa forma.
Porquê os videoclipes musicais? E o metal, mais concretamente?
A questão é: “Porque não os videoclipes musicais?” (risos) Adoro o que faço, e nunca na minha vida sonhei fazer isto. Depois de acabar o curso, pensei que ia trabalhar para uma empresa de videomapping e de repente estava a preparar a pré-produção para o maior videoclip que já fiz.
O metal, talvez porque o primeiro trabalho que fiz foi mesmo para uma das mais vincadas bandas de death/black do mundo, os Belphegor. A visibilidade que o vídeo teve foi tanta que tudo o resto que tem vindo a acontecer desde então foi uma bola de neve que foi crescendo e crescendo até hoje (e ainda considero que esteja a aumentar).
De todas as bandas com quem já trabalhaste, qual foi aquela cujo tema representou o maior desafio em termos de realização? E porquê?
Acho que o primeiro projeto é sempre aquele menciono nestes moldes. Apesar de ter sido uma produção com apenas dois ou três meses, estivemos a full-time no projeto. Foram feitos diversos estudos de personagem, reperage, testes de maquilhagem e tive de garantir que tudo corria como tinha idealizado. Ou seja, não se revelou um projeto difícil pelo trabalho do momento, mas sim pela sua planificação. Algumas filmagens foram feitas em plena serra ao raiar do dia, e foi uma tarefa quase impossível para os atores. Contudo, estávamos preparados e conseguimos superar esses obstáculos mais do que normais, e que não conseguimos muitas vezes prever.
O teu trabalho é acompanhado e reconhecido em vários países. A que atribuis o teu sucesso, e onde achas que o teu trabalho se distingue dos demais?
Não penso no meu trabalho como algo único, muito menos me acho um artista fora da caixa. Faço o que gosto e nada me dá mais gozo do que ver um produto final que às vezes leva um ano a planear. Contudo, acho que tem sido a minha honestidade, trabalho árduo e acima de tudo a minha criatividade a trazer-me até aqui, ao início de uma estrada com muitos quilómetros ainda por percorrer. Acho que é isso que faz com que hoje em dia tenha diversos artistas e entidades que me procuram para trabalhar.
O que é que te imaginas a fazer daqui a cinco anos? Quais são os teus planos e objetivos para o futuro?
Sinceramente não consigo responder a esta pergunta… É algo que algumas entrevistas me têm feito pensar, mas não consigo imaginar e talvez até não o queira fazer, de certa forma. Quero continuar a fazer o que gosto. Quero trabalhar com mais bandas, conhecer mais culturas, realizar alguns projetos que tenho na gaveta à espera de amadurecerem, e creio que isso é o mais importante para mim neste momento.
[Fotos: MEDIAsounds]