O primeiro escape room de Cascais convida-te a fugir da (famosa) prisão de Alcatraz
Paulo Rosa foi até um escape room, em Lisboa, mas em vez de estar a decifrar os enigmas da sala, pôs-se a contar os passos de uma parede à outra. Quem estivesse a vê-lo pelas câmeras de segurança, poderia pensar que era “maluquinho”, mas tinha uma intenção por detrás de cada movimento.
Na verdade, Paulo queria saber quantos metros tinha a sala, para calcular o espaço que precisaria para criar o seu próprio escape room. Fã assumido deste tipo de atividade, decidiu abrir um na zona onde vive. O jogador tornou-se mestre e abriu o primeiro escape room de Cascais no dia 30 de outubro de 2024.
Paulo, 30 anos, cresceu na zona da Guia, em frente à Escola Polivalente. Estudou na Cidadela e licenciou-se em gestão na Universidade Lusófona, em Lisboa, em 2015. Quando acabou a licenciatura, começou a trabalhar num supermercado, em Cascais. Passados dois anos, foi contratado para ser gestor de vendas, numa empresa de alarmes. Mantém-se por lá desde então.
No seu 25.º aniversário, os amigos decidiram levá-lo a um escape room. Nenhum deles conhecia o conceito e não tinham qualquer tipo de experiência com o jogo. “Éramos nove pessoas e, mesmo assim, não conseguimos descobrir a saída da sala. Correu tão mal que só voltei a um escape room passados dois anos”, conta Paulo à New in Cascais.
Na segunda vez, garante, já ia preparado e com amigos que conheciam o jogo. Resolveu os enigmas e, desde então, já experimentou 40 salas diferentes, das quais conseguiu completar 36. Tornou-se um verdadeiro hobby — e já chegou a resolver mistérios em menos de 30 minutos.
“Comecei a ter um sentimento que algo não estava bem. Cada vez que queria fazer um escape room tinha de ir para Lisboa ou para o Porto, o que acabava por ser muito dispendioso. O equipamento deste género mais perto de casa fica em Algés. Não existia nada parecido no concelho e, para mim, isto não tinha sentido. Somos um concelho com muitos jovens e turistas”, refere.
Acabou por desenvolver a ideia e falar com os amigos que o pudessem ajudar. Começou a falar com proprietários dos escape rooms que frequentava para tentar entender como podia fazer o seu próprio jogo. Arranjou um espaço e, no final de 2024, finalmente criou o seu próprio escape room.
O “No Escape” tem três salas diferentes e com grande dificuldade de resolução. “Quando falamos em dificuldade dizemos que é algo complexo. Este foi o principal problema que encontrei nos escape rooms em todo o País. Muitas das vezes os locais que diziam ter uma dificuldade alta não tinham, apenas eram mais confusos, o que se deve evitar. Um bom escape room deve ser complexo e claro, para que todos possam conseguir fazer e ter um sentimento de conquista”, explica.
Uma das salas simula uma fuga de Alcatraz, famosa prisão, localizada no meio da Baía de São Francisco na Califórnia, Estados Unidos, conhecida por ter a mais alta segurança do mundo. Nesse sentido, os participantes terão uma hora para encontrar uma forma de fugir, antes que os guardas voltem da pausa.
O segundo espaço é macabro. Representa uma ala psiquiátrica assombrada, com sangue, cruzes invertidas e pouca luz. Por último, Paulo decidiu criar algo que remetesse para o concelho de Cascais. Pegou na atmosfera do Solo Club e criou uma sala muito parecida com o spot cascalense. Lá, terá de resolver um homicídio, como se fosse um Cluedo com pessoas reais.
Os preços começam nos 50€ por jogo, para duas pessoas. O máximo de jogadores são seis, com valores que podem ir até aos 100€. O conceito é simples: cada sala tem vários enigmas e terá apenas uma hora para solucionar todos, de modo que a porta abra e possa escapar da situação. Caso chegue ao fim do tempo sem conseguir sair, perde o jogo e terá de voltar à receção.