Faculdade de Economia do Porto conquista primeiro lugar em duas competições internacionais
Durante o mês de abril, duas equipas de estudantes da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) foram as vencedoras da Amsterdam Business Case Competition e da Aarhus University Case Competition, duas prestigiadas competições internacionais de casos de negócio.
Na Amsterdam Business Competition, o primeiro caso centrou-se na apresentação de recomendações relacionadas com sustentabilidade no grupo hoteleiro Hilton, exigindo aos alunos uma compreensão profunda da sua cadeia de valor e também das questões ambientais e sociais mais relevantes no setor. O segundo caso, abordou as políticas de inovação e marketing da Ab Inbev, líder multinacional no setor das bebida.
Sob a avaliação rigorosa de um painel de jurados, composto por profissionais experientes e líderes no setor, os alunos Inês de Castro, Inês Moura, Vasco Silva e Leonor Moreira, da FEP, ocuparam o primeiro lugar da competição.
De que forma descreveriam a experiência de participar na Amsterdam Business Case Competition?
Numa palavra: enriquecedora! A ACC promoveu um ambiente de partilha, aprendizagem e integração cultural. Foi uma semana intensa em que nos desafiaram física e intelectualmente, mas as noites mal dormidas a fazer casos e a preparar apresentações foram recompensadas pelas diversas atividades de networking, pelas visitas à cidade e, obviamente, pela vitória!
Os casos de negócio apresentados — Hilton e Ab Inbev — demandaram soluções inovadoras e insights perspicazes. Que competências foram impulsionadas?
Começando pelo caso da Hilton, o principal desafio foi conseguir ser criativo numa área tão explorada como a sustentabilidade e equilibrar isso com os diferentes âmbitos de ação da empresa.
Já no caso da AB InBev, fomos desafiados a criar todo um novo ramo de negócio e pudemos dar azo à nossa criatividade. A maior dificuldade que sentimos foi ao nível da sustentação da nossa estratégia, pois era extremamente importante que aliássemos a inovação à exequibilidade.
Ao aplicar, igualmente, os conhecimentos teóricos adquiridos durante a formação em situações práticas do mundo real, que contributo deteve a competição na construção de um futuro profissional em Economia?
Estes casos de estudo dão-nos a oportunidade de contactar com diferentes empresas de diversas áreas, o que nos torna multifacetados e abre-nos todo um mundo de oportunidades que ficariam desconhecidas caso nunca tivéssemos participado na competição. Para além disso, o contacto com um júri diverso com cargos variados traz-nos uma visão mais ampla e prática do que pode vir a ser o nosso futuro na Economia.
Que sensação acarreta assumir o primeiro lugar do pódio? Qual é o segredo?
É um orgulho enorme poder levar o nome da nossa faculdade e do nosso clube à vitória, principalmente depois de tanto trabalho, ao longo de vários anos. Para nós, o segredo passa por cultivar boas relações dentro da equipa – quanto melhor nos conhecermos, mais facilmente conseguimos complementar os nossos pontos fortes e fracos. O apoio prestado pelos nossos patrocinadores ao longo do ano é, também, essencial, proporcionando a visão prática e know-how de quem lida com problemas empresariais todos os dias.
Já na Aarhus Case Competition, realizada na Dinamarca, nove equipas foram desafiadas a resolver três casos reais diferentes, dois introdutórios e um extenso com a duração de 24 horas, exigindo aos participantes a capacidade de tomar decisões sob pressão, análise de dados e desenvolvimento de soluções criativas.
Após receber o feedback valioso e fundamentado dos jurados, a equipa da FEP, constituída pelos estudantes Constança Esteves de Araújo, Lara Forte, Nuno Cassiano e Mariana Simões consagrou-se vencedora.
Que exigências requer a resolução de dois casos introdutórios e um extenso — com a duração de 24 horas? Que habilidades foram fortalecidas (e moldadas)?
A resolução dos casos é sempre uma experiência desafiante que nos leva a conhecer mais sobre novos temas, impulsiona a nossa criatividade e habilidade na resolução dos problemas.
Em primeiro lugar, na resolução dos casos introdutórios de 5 horas era particularmente importante a organização e planeamento do trabalho, uma vez que um dos maiores desafios nesta fase é o curto espaço de tempo que nos é atribuído para estas tarefas, de forma a construir uma apresentação bem estruturada e clara, com uma solução para o problema viável e criativa. Estes primeiros dois casos foram essenciais na preparação do último de 24h, porque nos permitiram questionar e analisar o nosso trabalho até ao momento, procurando os nossos pontos fortes e pontos de melhoria.
Para além disso, na resolução do caso de 24 horas o processo torna-se ligeiramente diferente, pois apesar de o resultado final pedido ter o mesmo fim- uma apresentação com uma solução original e exequível- as exigências são diferentes. Nesta fase, dado o tempo adicional, temos a oportunidade de dar maior uso ao nosso sentido crítico e aprofundar ainda mais as especificidades e consequências das nossas soluções para a questão proposta, tendo a oportunidade de explorar uma maior variedade de opções e caminhos a seguir. Neste aspeto, a ajuda providenciada pelos profissionais das empresas presentes no evento (BCG, Deloitte, OK e Volt) foi importante para nos mostrar novas perspetivas e desenvolver mais as nossas capacidades de análise e identificação do problema, uma base muito relevante na determinação da estratégia correta a seguir, além de desenvolver o nosso trabalho de pesquisa ao sermos apresentados a uma indústria com a qual não estávamos inteiramente familiarizados.
Efetivamente, uma competência que foi essencial na resolução de todos os casos, nas suas resoluções e apresentações, foi um valioso trabalho em equipa. Quer tenhamos a pressão do curto tempo na resolução do trabalho, ou por estarmos tanto tempo seguido a trabalhar em conjunto, foi extremamente importante a forma como nos organizamos. De facto, a gestão de tarefas e aproveitamento das competências de cada um bem como a capacidade de nos ouvirmos e questionarmos as ideias propostas foram fulcrais para atingirmos o nosso resultado.
Em suma, esta competição foi muito relevante no desenvolvimento de algumas competências que nos forma mais exigidas durante a resolução do trabalho, como o sentido crítico, uma boa gestão do tempo e trabalho e um trabalho em equipa eficiente.
Contando, ainda, com apresentações e workshops da Boston Consulting Group e Deloitte, que importância possuiu a competição na construção de uma carreira brilhante no seio económico?
A presença em competições internacionais, para além de ser uma oportunidade de representação da nossa própria faculdade, universidade e bandeira, toma uma grande importância na moldagem dos nossos percursos futuros.
Em primeiro lugar, a oportunidade de participação em competições que fornecem uma plataforma para exprimir as nossas capacidades de pensamento crítico, raciocínio, debate e apresentação que ganhamos dentro do seio académico é realmente desafiante e motivador. Poder pôr em prática o conhecimento obtido previamente, dentro da faculdade, torna o percurso da mesma mais entusiasmante, pois conseguimos visualizar a materialização do nosso esforço e trabalho em vários projetos.
Em segundo lugar, a interação e os momentos de aprendizagem que temos com excelentes organizações, como a Boston Consulting Group e a Deloitte, tornam-se momentos chaves no nosso percurso enquanto estudantes e futuros profissionais. Não só podemos discutir ideias, motivações e percursos com profissionais da geração atuais, como também angariar e absorver muito conhecimento que estes ganharam após anos em tecido empresarial. Tendo em conta que as saídas profissionais, dentro do seio económico, são dotadas pela passagem por firmas dentro desta indústria, é essencial termos este contacto de qualidade com parceiros chaves durante as competições e o nosso percurso académico, para facilitar a nossa eventual entrada no mercado de trabalho.
Também, conhecer e competir contra o melhor talento global, concretiza-se em mais uma excelente oportunidade de aprendizagem, uma vez que podemos perceber o trabalho desenvolvido por várias instituições espalhadas mundialmente, como também desenvolver uma rede de contactos diversificada e de excelência, que poderá tornar-se valiosa num futuro próximo.
Que papel declara a FEP na participação bem-sucedida? Que recursos são disponibilizados?
No contexto da participação em competições de casos de estudo internacionais a FEP revela-se como um agente proporcionador de experiências e iniciativas, participando não só enquanto financiador dos eventos como também enquanto apoiante do clube, providenciando as instalações necessárias às sessões de treino.
Para além disso, somos acompanhados pelas nossas faculty advisors, as professoras Catarina Roseira e Renata Blanc, docentes da FEP, que não só estão presentes durante o ano no sentido de nos ajudar a desenvolver as nossas capacidades através de apresentações semanais de casos que realizamos, providenciando feedback valioso, como também nas competições, onde fazem o acompanhamento das equipas.