Chegámos ao final de mais um ano e decidimos seguir a tendência de fazer retrospetivas sobre os pontos altos e baixos destes últimos 12
meses. Para refletir sobre o menos bom, o melhor e as expetativas para o próximo ano, quem melhor do que os/as presidentes de Associações e Federações Académicas para falar em nome da sua comunidade e da sua região do país? Pois, ninguém! Por isso, vem daí para uma viagem até o início deste ano e fica com as mensagens para 2023.
A Associação Académica de Coimbra sempre se pautou pela sua irreverência e pela defesa dos direitos e interesses da comunidade estudantil. A sua ação reivindicativa é histórica e é um símbolo da AAC, desde as crises académicas à atualidade.
Este ano, num contexto de enorme imprevisibilidade do ponto de vista socioeconómico, precisamente no Dia do Estudante, 24 de março, 60 anos depois da crise académica de 1962, o movimento estudantil nacional saiu à rua. Este foi um momento em que a AAC se posicionou na liderança da manifestação nacional que culminou com protestos na frente da Assembleia da República, reclamando-se mais ação social, alojamento e melhores condições para os estudantes de todo o Ensino Superior.
João Caseiro – Associação Académica de Coimbra
“Depois de dois anos de ausência, a Queima das Fitas regressou à Cidade Invicta. Desejámos muito o recomeço desta celebração e quisemos acrescentar-lhe sentido. A Federação Académica do Porto orgulha-se de ter organizado a edição mais sustentável, ma
is responsável e mais memorável de sempre. À Serenata, ao Cortejo e à restante semana académica marcada pelas capas negras de saudade, acrescentámos mais de trezentas mil pessoas em oito noites de festa, três das quais esgotadas.
No Queimódromo, montamos um palco secundário, reforçamos a praça da restauração e abrimos portas ainda com luz do dia. Reduzimos o impacto do ruído, criámos uma zona de apoio e segurança e formámos a organização. O interregno forçado fez-nos viver a Academia da forma mais intensa de que há memória, mas também com o maior civismo. A Academia do Porto supera-se todos os anos e voltarmos a abraçar-nos foi arrepiante.”
Ana Gabriela Cabilhas – Federação Académica do Porto
“Depois do distanciamento promovido pela pandemia Covid-19, 2022 fica marcado como o ano da retoma plena da atividade presencial assim como a realização de várias iniciativas que tiveram de ser temporariamente suspensas sendo, por si só, um ano especial. Ainda assim, aceitando o desafio que me foi lançado, existem três momentos que me marcaram de forma pessoal e que acabam por marcar o meu (nosso) mandato à frente da AAUMinho: A celebração dos 60 anos da crise académica de 1962 e homenagem ao nosso colega e amigo Cesário Silva e o retomar, ao fim de 3 anos, das Monumentais Festas do Enterro da Gata.
No que concerne à celebração dos 60 anos da crise académica de 1962, esta foi uma iniciativa que surgiu inicialmente do próprio Cesário Silva, presidente da AAC, que infelizmente partiu prematuramente, e cuja homenagem de despedida foi, com muita tristeza, extremamente marcante, com as capas negras carregadas de saudade. Creio, no entanto, que o seu legado ficou marcado no movimento associativo, unindo várias estruturas associativas em torno de uma comemoração, em formato de manifestação, que decorreu a 24 de março, no dia Nacional do Estudante, em Lisboa, contando com direções associativas de todo país e que nos relembra diariamente a importância do nosso papel ao nível da reivindicação estudantil, seja por esta via, assim como pelo trabalho quotidiano.
Em relação às Monumentais Festas do Enterro da Gata, retomar esta atividade ao fim de 3 anos, e estando consciente que uma parte considerável dos estudantes (sobretudo os novos estudantes) nunca tinha vivido este momento nem, tampouco, passado por uma experiência organizativa, foi um enorme desafio. Felizmente, a academia minhota deu um sinal muito forte, participando massivamente nas atividades promovidas e a Direção da AAUMinho, bem como os seus parceiros, conseguiram estar à altura do desafio.
Por fim, desejo que 2023 seja, igualmente, um ano repleto de imensas conquistas para o movimento associativo estudantil e para a AAUMinho.”
Duarte Lopes – Associação Académica da Universidade do Minho
2022 pelos olhos dos Representantes do Associativismo Académico