Se estás à procura de emprego, certamente já viste várias dicas sobre como elaborar um currículo, como te comportar numa entrevista… Mas, o que é que as empresas procuram? O que valorizam? Quais são as competências mais apreciadas? Fizemos estas e outras perguntas a João Santos Tavares, Diretor de Recursos Humanos da Teleperfomance, uma das principais empresas de recrutamento em Portugal!
Os eventos específicos de recrutamento acontecem em várias universidades por todo o país, e com este novo contexto, muitas se transferiram para o digital.
Para as empresas, qual é a importância de participarem nestes eventos?
Os recém-licenciados têm como principal premissa a sede de conhecimento, pelo que, o objetivo da Teleperformance, nos eventos de recrutamento, passa por demonstrar o quão salutar é essa procura de conhecimento, uma vez que pretendemos transmitir que estamos capacitados para os ajudar a evoluir e a adquirir novos conhecimentos, sejam pessoais ou profissionais. Os eventos são também uma excelente ferramenta, não só para encontrar potenciais candidatos para necessidades imediatas como futuras, mas também para promover a marca e as áreas onde atuamos.
Diríamos inclusive que são uma ferramenta primordial de Employer Branding para um público alvo muito específico que está avido de conhecimento, e que conseguirá ter uma melhor perceção do lado Teleperformance, sendo importante realçar que iremos sempre privilegiar o querer aprender e crescer profissionalmente. O novo contexto permitiu que sejamos participantes ativos de alguns eventos que no passado não conseguíamos realizar, alargando assim o potencial impacto de marca no público universitário.
Recrutam frequentemente jovens recém-licenciados, quais são as competências ou qualidades que vos faz apostar nestes jovens?
Procuramos nos recém-licenciados a capacidade de compreender e usar a linguagem de forma clara, identificar problemas e encontrar maneiras práticas de os resolver, para além de testar e estabelecer conclusões ou generalizações de forma adequada. Quando nos aproximamos deste público, temos um objetivo claro de encontrar aquele que maior potencial de aprendizagem têm, para que consigam crescer com a empresa. Tipicamente tentamos cruzar competências sociais como trabalho em equipa, agilidade de aquisição de novos conhecimentos, etc, com componentes mais técnicas como habilidade numérica, resolução de problemas complexos ou memória profissional.
No processo de seleção de candidatos a uma vaga de emprego, quais são os fatores mais valorizados nos candidatos?
A tendência dos últimos anos é encontrar uma relação direta entre aquelas que são as competências socioprofissionais do candidato com a cultura e o modelo de colaboração corporativo. Claro que tem de existir uma relação direta, quando falamos de funções especializadas, entre os requisitos e o perfil profissional dos candidatos, no entanto, o bom enquadramento cultural e a identificação com os valores corporativos têm vindo a ganhar destaque no processo seletivo.
Cada função ou área para a qual recrutamos, poderá requerer valências diferentes, mas é crucial recrutar candidatos com um forte sentido de responsabilidade e compromisso, uma excelente comunicação, pró-ativos, não só na procura das informações e respostas, mas também no despoletar possibilidades de melhoria, vontade de crescer e de adaptação às dificuldades e aos desafios, sempre com espírito crítico e positivo.
Que conselhos dariam aos jovens que estão a frequentar o ensino superior?
Das várias dinâmicas que temos realizado junto dos nossos parceiros académicos, apercebemo-nos que os alunos universitários desenvolvem cada vez mais um sentido crítico em relação às empresas com as quais interagem. As suas decisões são mais fundamentadas e existe um verdadeiro cruzar de objetivos entre aquilo que as empresas e candidatos/alunos universitários procuram. Dada a situação que vivemos, sentimos que o autoconhecimento dos alunos será um fator diferenciador na hora de decidir quem convidar para um determinado desafio profissional.
Quem for mais conhecedor de si próprio – das suas valências, dos seus pontos de desenvolvimento -, será um colaborador mais feliz, mais resiliente e isso impactará na forma positiva como vai olhar para os desafios que lhe forem sendo apresentados. Na Teleperformance transmitimos a seguinte mensagem: “Os colaboradores que têm confiança em si mesmos e mostram o seu potencial ao mundo, são cruciais para o sucesso do negócio”, e este é também um conselho replicável a quem frequenta o ensino superior.