De que forma as parcerias e colaborações externas contribuíram para o crescimento da Fluffy?
Contribuíram muito, porque as pessoas procuravam junto desses parceiros alternativas, e assim, ficaram a conhecer este projeto.
Ao início não foi fácil, eu procurava as pessoas, enviava e-mails, mas não havia muito interesse e não foi assim há tanto tempo, há quatro anos, sensivelmente. Agora já são as pessoas ou as marcas que me procuram, por indicação de clientes, o que demonstra que o consumidor tem estado mais atento e que procura cada vez mais alternativas sustentáveis. E isso é muito gratificante, significa que o nosso trabalho é reconhecido.
Aposto em produtos de qualidade, ecológicos, feitos de algodão biológico e, nos últimos anos temos trabalho com excedentes de material da indústria têxtil. De outra forma estes tecidos iriam para os aterros, o que seria um desperdício.
O assunto parece que se banalizou, que já todas sabemos tudo sobre sustentabilidade, contudo há consciências que parecem ainda adormecidas, da sua experiência qual é a sua visão?
Eu noto que há pessoas que se interessam por evitar cada vez mais o desperdício, e por melhorar esta faceta das suas vidas. Muito diferente de quando eu comecei há quase sete anos, em que não havia uma abertura muito grande, não havia tanta procura.
Quando eu fazia feiras e mercados as pessoas olhavam, pareciam admiradas, e algumas quando vinham falar comigo diziam: “É como antigamente, mas uma versão melhorada e mais moderna!”.
Agora noto que as pessoas me procuram porque alguém recomendou os produtos, ou porque alguém partilhou uma dica ecológica.
Há cada vez mais partilha de informação, mais procura por alternativas e fala-se mais no assunto. E ainda bem, temos mesmo de começar a mudar hábitos e atitudes.
No seu site vende por exemplo pensos higiénicos reutilizáveis e fraldas de pano. Qual é a recetividade das pessoas a estes produtos que aparentemente as obrigam a ter mais trabalho?
É verdade que há algumas pessoas, especialmente com as fraldas, que pensam “Que horror!” porque associam as fraldas reutilizáveis às fraldas de pano antigas e aos alfinetes de ama e a tudo o que viram ou ouviram as suas mães e avós falarem.
Mas já há imensas mães com blogs onde partilham a sua jornada no mundo das fraldas reutilzáveis.
No meu site tenho também alguns artigos bastante completos onde explico como é que, na prática, estes produtos funcionam.
Para além de serem mais modernos, práticos e higiénicos, todos estes artigos podem ir à máquina, como qualquer outro artigo de vestuário.
Quando as pessoas não conhecem existe de facto muita insegurança.
Se dá um bocadinho mais trabalho? Posso dizer que sim. Mas, poupamos muito: o nosso planeta, a nossa saúde ou dos nossos filhos e, apesar de o investimento inicial ser maior, a verdade é que ao longo dos anos acaba por compensar muito financeiramente.